Crítica | Streaming e VoD

Ivy e Bean

(Ivy & Bean, EUA, 2022)
Nota  
  • Gênero: Comédia
  • Direção: Elissa Down
  • Elenco: Madison Skye Validum, Keslee Blalock, Lidya Jewett, Nia Vardalos, Marci T. House, Jaycie Dotin, Garfield Wilson
  • Duração: 56 minutos

O universo do faz de conta. É nesse mundo mágico, sem limites e fronteiras que mergulhamos ao conhecer Ivy e Bean, duas garotinhas cheias de imaginação, personagens título da série de filmes produzida pela empresa só de mulheres Kindle Entertainment e agora disponível na Netflix. De personalidades diferentes, as vizinhas descobrem que têm muito em comum e vivem suas aventuras em três longas: Ivy e Bean, Ivy e Bean: O Fantasma do Banheiro e Ivy e Bean Entram na Dança.

A origem da dupla é literária, vem de uma série de sucesso da escritora Annie Barrows que, até 2021, já contava com 12 livros ilustrados. Dirigidos por Elissa Down e adaptados por Kathy Waugh e Jeff Stockwell, que assinou os roteiros de Ponte para Terabítia e Uma Dobra no Tempo, os títulos perdem um pouco ao receber algumas definições, mas ganham, principalmente por seu respeito à imaginação, com suas representações do imaginário, que tornam esse universo instigante aos mais novos.

Ivy e Bean
Bettina Strauss/Netflix

Um ponto positivo de Ivy e Bean é que tudo é muito possível e lógico na rotina de muitos dos que assistem aos filmes. Obviamente, há um quê de artificialidade naquela rotina, uma conotação plastificada do real, mas nada que seja maior do que os fatos e eventos do dia a dia e como eles podem ser amplificados e transformados pela ótica infantil. Afinal de contas, todo mundo conhece uma irmã adolescente que tem uma irmãzinha muito mais nova; ou uma vizinha implicante que odeia crianças. Até aquela diretora durona na escola que assusta todo mundo, quem nunca?

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Estreantes ou quase, não poderia ser diferente pela pouquíssima idade, Madison Skye Validum e Keslee Blalock são as responsáveis por dar vida às duas protagonistas e têm carisma de sobra para trazer o público para junto delas em cada uma das histórias normais transformadas em grandes e mirabolantes eventos. Além delas, algumas atuações se destacam, como a da jovem Lidya Jewett, que já tinha mostrado sua habilidade em Noitários de Arrepiar, e as das veteranas Nia Vardalos e Jane Lynch, as três em papéis que dão muito espaço para suas criações.

Mesmo que não haja tanta elaboração, que não se trabalhe com tantas camadas e nem se busque mensagens mais complexas, aquilo que se vê serve bem a seu propósito, funcionando de maneira bem ampla na proposta de entretenimento familiar que abraça. Seja na nostalgia que desperta com cada uma das aprontações da dupla ou nessa lembrança tão fundamental de o quanto é importante estimular e deixar que o faz de conta tenha o seu espaço na vida das crianças, Ivy e Bean deixam sua marca. E são filmes fofinhos e divertidos, exatamente como pede aquele programa familiar que vale a pena fazer. 

Um grande momento
Invisível, em Ivy e Bean

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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