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Kingdom: Ashin of the North

(킹덤: 아신전, KOR, 2021)
Nota  
  • Gênero: Ação
  • Direção: Kim Seong-hun
  • Roteiro: Kim Eun-hee
  • Elenco: Jun Ji-hyun, Park Byeong-eun, Kim Si-ah, Kim Roi-ha, Koo Kyo-hwan
  • Duração: 92 minutos

Dirigido por Seong-hun Kim, esse episódio especial do seriado sul-coreano Kingdom em forma de longa-metragem conta a história de Ashin (Jun Ji-hyun) que, enquanto criança (Si-ah Kim), teve que lidar precocemente com a perda de sua família e a destruição de sua tribo e cresceu buscando vingar a morte de seus entes e amigos.

A trama se inicia de forma acelerada, tornando quase difícil memorizar os nomes das tribos e dos personagens, mas, após a tragédia que recai sobre a vida de Ashin, o ritmo torna-se mais lento, talvez para facilitar a compreensão ou pelo apego ao drama e aos flashbacks, por parte do diretor. A mudança de andamento não é sutil e chega a ser incômoda — primeiro ficamos extremamente agitadas e ansiosas e repentinamente nos deparamos com cenas que memoram fatos recém ocorridos no filme, que não têm qualquer necessidade –, apesar de uma cadência mais lenta ser importante para prender nosso foco.

Kingdom: Ashin of the North
© Netflix

De qualquer forma, as cenas são regadas com um aspecto visual tão absurdamente belo que chega a ser difícil buscar críticas negativas ao enredo ou ao desenvolvimento mais lento. Closes maravilhosos, animações que beiram a perfeição e riqueza de detalhes dos aspectos visuais, ao contrário do ritmo do longa, se mantém constantemente positivos desde a música de entrada até a cena final de Kingdom: Ashin of the North.

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Igualmente, é de se destacar a cena da transformação de Ashin de uma “pobre plebeia” (como ela mesma se intitula) jovem em uma mulher guerreira e com sede de vingança que, apesar de deixar a dúvida “teria ela perseguido esse javali por tanto tempo?”, encanta qualquer espectadora. Ao longo do filme, pontos que pareciam ter sido esquecidos, e que suscitam questionamentos no decorrer da história, vão se tornando fáceis de serem compreendidos e, na mesma medida, todas as perguntas são devidamente respondidas. Não há ponto sem nó.

Kingdom: Ashin of the North
© Netflix

Um enredo bem amarrado, com um novo conceito de suspense, ação, terror e vingança é capaz de fixar a atenção do início ao fim, bem como de envolver quem assiste, de tal maneira que sentimos a dor da pequena Ashin e percebemos com nitidez a transformação da personagem, antes inocente, preocupada e atenciosa, depois vingativa, fria e cruel. As cenas de lutas, que reforçam a transformação de Ashin são excelentes, sem o excesso e a lentidão clássicos em filmes de ação e vingança norte-americanos, e pontuais para a melhor compreensão da personalidade da protagonista.

Salvo a ruptura do ritmo em Kingdom: Ashin of the North – que, talvez, seja até necessária, para a melhor compreensão e manutenção da atenção de quem assiste ao longa -, abrupta demais, não consigo lembrar de uma cena sequer, ou um detalhe visual ou musical que eu não tenha gostado.

Um grande momento
Transformação da Ashin criança em adulta

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Daniela Strieder

Advogada e ioguim, Daniela está sempre com a cabeça nas nuvens, criando e inventando histórias, mas não deixa de ter os pés na terra. Fã de cinema desde pequenina, tem um fraco por trilhas sonoras.
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