Crítica | Streaming e VoD

Mar Aberto

(Open Water, EUA, 2003)Suspense

Direção: Chris Kentis

Elenco: Blanchard Ryan, Daniel Travis

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Roteiro: Chris Kentis

Duração: 79 min.

Depois de mais um pausa forçada no blog, volto com o filme que me fez companhia em uma de minhas solitárias madrugadas em Brasília. Claro que é preciso muita sorte para consguir um filme que seja razoável em noites sem sono. Já aconteceu, mas não dessa vez.

O filme, que tem uma dificuldade imensa de pegar no tranco, conta a história de um casal super comprometido como o trabalho e que, por isso, não consegue nunca organizar suas férias. É de última hora que conseguem viajar para um hotel na praia.

A diversão dos dois no local é mostrada de maneira tão paradona que não dá. Parece que o filme está pausado ou que aquilo que você vê não passa de uma proteção de tela de computador, com movimentos discretos e bem separados uns dos outros. Qualquer um que estivesse se divertindo como eles faria as malas e voltaria na mesma hora.

Depois de alguns passeios sem problemas, os dois vão fazer mergulho em mar aberto. Foi nesse momento que eu me toquei que aquilo tudo me era muito familiar. Foi só ver os dois com as roupas de mergulho para lembrar de uma conversa, com alguém que não me lembro quem, que perdera o tempo da vida dela vendo um filme péssimo sobre um casal que ia mergulhar e acabava perdido no meio do mar.

Eu que já não gosto muito de filmes de mergulho e interessada em saber o final do filme mandei aquele clássico “pode contar que eu nunca vou assistir mesmo.” Pois é, lá estava eu, no meio da noite, vendo um filme ruim e pior, já sabendo mais ou menos o final, pois não me lembrava direito. Como estava sem sono e já tinha perdido o meu tempo vendo o começo daquilo vamos lá para o final.

Bom, lá estavam os dois, sozinhos no meio do mar aberto após uma contagem mal feita pelos organizadores do passeio. Lá vêm os tubarões, algas marinhas, insolação etc.

Apesar de continuar ruim, o filme consegue prender os espectadores para saber o que vai acontecer no final. Eles são resgatados? Alguém morre? O final porém é daquele tipo “cadê?”, enquanto as imagens que acompanham os créditos são “ninguém merece!”.

Atores fracos, roteiro idem e uma fotografia viajandona que não tem nada a ver. Bobo, tem como único mérito conseguir, a uma certa altura do filme, manipular a atenção dos espectadores e mantê-los diante da tela.

Aqui entre nós, histórias de pessoas esperando resgate são mesmo interessantes e nos deixam curiosos quanto ao resultado. Se você quer passar por isso, porém, talvez seja melhor assistir às histórias reais do Discovery Channel.

Um Grande Momento

Pois é, esqueceram de avisar ao diretor que um filme precisa de pelo menos um bom momento.



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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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