Mate-me Por Favor

Uma Barra da Tijuca diferente daquela que estamos acostumados a ver e uma época da vida que todos conhecemos muito bem. Mate-me Por Favor acompanha o dia a dia de um grupo de adolescentes na mesma época em que uma série de assassinatos de mulheres acontece no bairro carioca.

Em seu primeiro longa-metragem, Anita Rocha da Silveira acerta na recriação do universo juvenil, com toda a sua inconstância e curiosidade, pontuando as já conhecidas falta de limite e de medo; os altos e baixos emocionais e a vontade de chegar sempre mais além. Tudo isso em uma Barra da Tijuca deserta, isolada e cheia de lugares sombrios, onde os assassinatos acontecem.

O misto de assassinatos e adolescência registrada um tom acima do normal, em um lugar apresentado com uma configuração diversa da conhecida, traz ao filme um clima interessante, onde a tensão predomina e alguns flertes com o suspense podem ser percebidos.

Porém, o resultado final é comprometido por uma certa falta de equilíbrio na distribuição das situações e uma insistente repetição de planos. O filme também é composto por construções pontuais estilosas, mas apenas algumas funcionam.

Alguns personagens, por mais interessantes que possam parecer fora da tela, acabam sobrando e funcionariam muito mais na trama se fossem apenas citados. Um pouco de sutileza, em um filme tão explícito e vibrante, não faria mal nenhum.

Se alguns problemas podem ser percebidos no meio do caminho, pouco se pode falar do quarteto principal de atrizes. Muito da aura de Mate-me Por Favor está na energia das jovens atrizes Valentina Herszage, Dora Freind, Mariana Oliveira e Júlia Roliz. A Bia de Valentina Herszage é incrível em seus muitos silêncios e estouros.

Um filme interessante, que padece com sua irregularidade, mas ainda assim consegue chegar lá.

Um Grande Momento:
A primeira morte

[Festival do Rio 2015]