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No Limite da Realidade

(Twilight Zone: The Film, EUA, 1983)

Terror

Direção: John Landis, Steven Spielberg, Joe Dante, George Miller

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Elenco: Dan Aykroyd, Albert Brooks, Vic Morrow, Doug McGrath, Charles Hallahan, Scatman Crothers, Bill Quinn, Martin Garner, Selma Diamond, Helen Shaw, Kathleen Quinlan, Jeremy Licht, Kevin McCarthy, Patricia Barry, William Schallert, Nancy Cartwright, John Lithgow, Abbe Lane, John Dennis Johnston, Burgess Meredith (narrador)

Roteiro: Rod Serling (série de TV, Além da Imaginação), John Landis, George Clayton Johnson, Richard Matheson, Melissa Mathison, Jerome Bixby, Robert Garland

Duração: 101 min.

Minha Nota: 6/10

De 1959 a 1964 existiu um seriado de muita audiência na televisão. Seu nome era Além da Imaginação e contava histórias para lá de esquisitas que misturavam ficção científica, fantasia, suspense e terror em seus muitos episódios. Além de ser assistida por muitos tinha dois fãs que, no futuro, se tornariam grandes nomes (e bolsos) do cinema. Eles eram John Landis e Steven Spielberg, que além de dirigirem o filme, ainda assinaram a sua produção.

O filme é composto por quatro episódios ligados unicamente pela voz do narrador que conta as histórias. Porém, antes de conhecermos a voz do narrador, somos apresentados ao filme com um prólogo, encenado por Dan Aykroyd e Albert Brooks. Este motorista, aquele caroneiro, os dois viajam à noite pela estrada fazendo brincadeiras e discutindo, inclusive, episódios do antigo seriado da TV.

Depois disso e da voz de Burgess Meredith, começam os episódios.

O primeiro é uma criação do próprio Landis, apenas inspirada no antigo programa, e conta a história de um homem amargo que tem muito preconceito contra judeus, negros e orientais. Ao sair do bar onde praguejava contra todas as três etnias, ele acaba em uma cidade tomada pelos alemães nazistas, numa reunião de morte da Ku Klux Klan e na guerra do Vietnã.

O segundo episódio traz a história de um idoso novato em um asilo que, com uma brincadeira de criança, acaba mudando a vida de todos os outros moradores do local, que já se achavam velhos demais para fazer coisas boas.

O terceiro fala sobre uma professora que não consegue ter nenhuma experiência interessante até que conhece uma criança em um bar na beira da estrada. Depois de atropelar o menino, ela dá uma carona até a sua casa, que é igual a de um desenho animado, por dentro e por fora. Lá estão pessoas amedrontadas e que, estranhamente, fazem todas as vontades do mais novo.

O quarto conta a história de um homem que morre de medo de voar mas que, no momento, enfrenta uma forte tempestade a mais de 20.000 pés de altitude e que, mesmo depois de tomar calmantes, acredita estar vendo um homem na asa do avião.

Dos quatro, apenas o primeiro não é refilmagem de um episódio do seriado. Mas todos são muito criativos e bons. Para mim, o mais fraco é o de Spielberg, talvez por não ter aquela aura de fantástico que os outros apresentam, mas ainda assim é bem legal e chega até a ser tocante. O melhor é o do avião que, com um Lithgow muito inspirado, consegue transmitir todo o medo do protagonista.

Algumas soluções são muito interessantes e as referências também. No terceiro episódio, por exemplo, muitos dos efeitos especiais são fracos e já foram superados há muito tempo, mas a cena da mulher entrando na área em preto e branco da casa é sensacional e me lembrou um pouco o cenário do filme O Gabinete do Dr. Caligari.

Voltando a falar sobre os efeitos especiais, não podemos esperar ver na tela aquilo que estamos acostumados a ver atualmente. Afinal de contas, o filme é de 1983.

Depois do filme, em 1985, o seriado Além da Imaginação foi relançado e ficou no ar por três temporadas.

O filme é uma homenagem bem interessante e pode ser assistido sem grandes preocupações. Indicado para aqueles que gostam de histórias fantásticas e pouco críveis, para os fãs do seriado e para aqueles que ainda não assistiram.

Detalhe: esse é o primeiro filme no cinema de Nancy Cartwright, que hoje é muito conhecida por ser, há anos, a voz de Bart no desenho Os Simpsons.

Um Grande Momento

Abrindo a cortina do avião.



Prêmios e indicações
(as categorias premiadas estão em negrito)

Fantasporto: Filme

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
11 Comentários
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Wagner Andrade
Wagner Andrade
15/06/2010 22:46

Tive o previlégio de assistí-lo no cinema em 1984. As histórias são bem legais. E também é um clássico dos anos 80.

Cecilia Barroso
Cecilia Barroso
15/05/2008 20:30

Pois é… Eu adoraria rever os episódios da série de tv, Tito.
Eu acho que o filme só está disponível em VHS mesmo, eu revi na tv paga, mas não me lembro qual foi o canal.
Beijocas

Tito
Tito
15/05/2008 19:34

Twilight Zone é um marco da TV. A série é antológica e tem verdadeiras pérolas entre seus episódios. Um box com os episódios saiu lá fora, por aqui ainda não vi.
Eu vi este filme ainda moleque e, confesso, não lembro muito dele não. Tenho que rever.
Sabe se tem em dvd?
Beijo!

Cecilia Barroso
Cecilia Barroso
15/05/2008 17:38

Oi, Tha!

Boa idéia a sua.
Eu desisti sem conseguir baixar nenhum.
Boa sorte!

Beijocas

tha
tha
14/05/2008 20:25

Eu estou baixando os episódios desde 1959… Só assisti o primeiro até agora pq eles estão demorando muito para completarem o download.
Acho que vou deixar para assistir o filme só depois que terminar as temporadas da primeira fase do seriado.

bjs!

Cecilia Barroso
Cecilia Barroso
14/05/2008 17:08

Oi, gente!

É porque cada um ficou responsável por um episódio, Robson.

Por que, Isabela? Ele te cansa? Quando vi da primeira vez, eu confesso que dormi, mas depois comecei a gostar muito… hehehe

A série nova era ótima, Kamila. A mais antiga, infelizmente nucna consegui assistir. Um dia eu ainda acho para conferir.

Pois é. Só gente desconhecida, né Pedro? hehehe

É o meu favorito também, Hugo. Essa história do Vic Morrow é muito triste. Para piorar, as duas outras pessoas eram crianças. O diretor chegou a ser julgado por causa das mortes, mas ficou comprovado que ele não teve culpa.

Beijocas a todos.

Hugo
Hugo
14/05/2008 04:53

É um filme legal com histórias que prendem a atenção.
O melhor episódio é aquele em John Lithgow está no avião e vê uma criatura do pendurada do lado de fora.
Um curiosidade trágica, no episódio dirigido por John Landis, houve um acidente em uma cena com um helicóptero que acabou matando o ator Vic Morrow e mais duas pessoas.

Bjos

Pedro Henrique
Pedro Henrique
14/05/2008 00:19

Direção pesada hein? Ainda não vi, mas fiquei curioso…

Abraço!

Kamila
Kamila
13/05/2008 22:26

Não conhecia a série “Além da Imaginação”, mas fiquei curiosa por esse filme quando vi o nome dos diretores que fizeram parte do projeto.

Isabela
Isabela
13/05/2008 21:00

minha irmã adora, mas eu nunca consegui ver esse filme.

Robson Saldanha
Robson Saldanha
13/05/2008 18:18

Nunca vi um filme com tantas pessoas na direção.

=P

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