Crítica | Festival

Meu Nome É Jeeg Robot

(Lo chiamavano Jeeg Robot, ITA, 2015)
Ação
Direção: Gabriele Mainetti
Elenco: Claudio Santamaria, Luca Marinelli, Stefano Ambrogi, Maurizio Tesei, Ilenia Pastorelli, Salvatore Esposito
Roteiro: Nicola Guaglianone, Menotti
Duração: 112 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Em meio a tantas adaptações de super-heróis para o cinema, a Itália resolveu entrar na brincadeira e criou seu próprio super-herói. Meu Nome É Jeeg Robot segue a mesma cartilha estadunidense dos muitos títulos do gênero, mas como bom italiano que é, não deixa de salpicar na experiência a boa e velha crítica social.

Enzo é um bandido barato que, perseguido pela polícia por roubar um relógio, acaba sofrendo um acidente com material radioativo. Depois de passar muito mal, ao acompanhar um amigo em outro crime, descobre que tem poderes especiais.

Imediatamente famoso por sua força extrema, Enzo desperta a ira de Fabio, o Cigano, um chefe de gangue mequetrefe que, além de afeito à violência, busca a fama de todas as maneiras. Ex-BBB e cantor performático, Cigano quer as atenções do Super-Criminoso para si.

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Além dos dois personagens, a história traz ingredientes curiosos à trama, como a chefe da máfia napolitana com quem Cigano se associa, ou a filha infantilizada do bandido amigo de Enzo, que enxerga nos poderes do bandido o herói de seu desenho animado favorito, Jeeg Robot, e o faz sentir-se obrigado a cuidar dela.

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Para começar, o fato de ter um super-herói que, como primeira medida, quer usar seus poderes para roubar, desperta o interesse. Somando a isso um vilão que tem sede de fama, não há como resistir ao filme.

Delicioso em vários momentos e inteligente ao explorar a modificação de Enzo sem forçar a barra, Meu Nome É Jeeg Robot se diferencia de todos aqueles filmes cuja fórmula copiou. Conseguindo, por exemplo, ser mais humano do que todas as fracassadas tentativas de aproximação dos filmes da DC Comics.

O filme ainda conta com bons efeitos especiais e interpretações curiosas de Luca Marinelli (Não Seja Mau) como o vilão histriônico e da estreante Iliena Pastorelli – ironicamente ex-participante de um BBB – como a doce filha do bandido.

Porém, mesmo caminhando muito bem, Meu Nome É Jeeg Robot se complica no seu desfecho e não encontra o momento certo para terminar, fazendo várias tentativas até chegar na esperada deixa para uma continuação.

No mais, é um programa divertido e diferente de tudo que se vê por aí no gênero. E essa mudança na mesmice faz toda diferença.

Um Grande Momento:
Cigano e a máfia napolitana.

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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