No mês passado foi possível conferir na programação do +CURTAS do SescTV a coletânea Mulheres Negras no Audiovisual, com nove filmes que fazem um recorte da produção recente de curtas-metragens realizados por nomes atuantes da cinema brasileiro. A boa notícia é que as obras, selecionadas com curadoria de Renata Martins, estão disponíveis sob demanda no site do canal até o dia 20 de novembro.
Os filmes fazem parte da série dos “13 aos 20 (Re)Existência do Povo Negro”, projeto que reúne animações, críticas sociais, narrativas poéticas, passando pelos gêneros de terror, romance e documentais, apresenta conteúdos sobre personalidades negras, e faz referência aos marcos 13 de maio (Lei Áurea) e o 20 de novembro (Dia da Consciência Negra). “O objetivo é o fortalecimento e reconhecimento das lutas, conquistas e manifestações do povo negro, bem como o fomento à igualdade, contribuindo para uma sociedade livre do racismo e de outras formas de dominação”.
Mulheres Negras do Audiovisual
Nos curtas de Mulheres Negras do Audiovisual, são retratados o trabalho e a vida de personagens de diversos tipos de cotidiano.
Sample, com direção de Ana Julia Travia, conta a clássica história de amor de um jovem casal negro que vive numa cidade cheia de memórias embranquecidas.
Em Carne, um thriller dirigido por Mariana Jaspe, a narrativa explora as expectativas de relacionamento de um casal. A conversa vira uma discussão, até que um deles é surpreendido por uma presença soturna, conhecida como Àmân, uma criatura faminta por carne humana que usa artifícios psicológicos para atrair suas vítimas.
Thais Scabio conduziu Barco de Papel, que fala sobre um garoto de nove anos, o Peninha. A fértil imaginação do menino o transporta da vida difícil que leva nas ruas da cidade para um mundo de ilusão.
Rainha conta a história de Rita, que realiza o sonho de se tornar a rainha de bateria da escola de samba de sua comunidade; porém ela terá que lutar contra forças obscuras para seguir seu destino. O filme de Sabrina Fidalgo tem uma visão poética de sonhos e religião.
A dupla Jamile Coelho e Cintia Maria dirige a animação Corações Encouraçados sobre o casal sertanejo Ana e João e a influência da estiagem em suas vidas. O filme fala sobre busca, perda, saudade e desespero, mas também sobre esperança.
Larissa Fulana de Tal é quem assina Cinzas, história adaptada do conto homônimo do escritor Davi Nunes. O curta mostra como um universitário de Salvador (BA) convive com as dificuldades típicas das grandes cidades: ônibus lotado, polícia e solidão.
O enredo de Vó, a senhora é lésbica?, de Bruna Fonseca e Larissa Lima, foi tirado do conto de mesmo título, escrito por Natalia Borges Polesso. A narrativa acompanha Joana, uma jovem universitária às voltas com o processo de encontro de sua própria sexualidade, ao mesmo tempo que reconhece sua avó e a si própria.
Mariana Campos e Raquel Beatriz foram as diretoras de Tia Ciata, curta-metragem documental sobre Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, a partir da perspectiva da visibilidade da mulher negra na sociedade brasileira.
No conto sobre a sufocação feminina A Mulher que Eu Era, de Karen Suzane, Cacau é uma mulher casada e, de dentro de sua rotina, ela encara suas lembranças. Em um contexto onírico, as memórias lidam com momentos passados de opressão.
Seleção de filmes
Sample – 15 minutos
Direção: Ana Julia Travia | Brasil | 2018 | 10 anos
Carne – 11 minutos
Direção: Mariana Jaspe | Brasil | 2018 | 16 anos
Barco de Papel – 14 minutos
Direção: Thais Scabio | Brasil | 2018 | Livre
Rainha – 30 minutos
Direção: Sabrina Fidalgo | Brasil | 2016 | 12 anos
Corações Encouraçados – 15 minutos
Direção: Jamile Coelho e Cintia Maria | Brasil | 2019 | 10 anos
Cinzas – 15 minutos
Direção: Larissa Fulana de Tal | Brasil | 2015 | Livre
Vó, a Senhora é Lésbica – 17 minutos
Direção: Bruna Fonseca e Larissa Lima | Brasil | 2018 | 12 anos
Tia Ciata – 26 minutos
Direção: Mariana Campos e Raquel Beatriz | Brasil | 2017 | 10 anos
A Mulher que Eu Era – 11 minutos
Direção:Karen Suzane | Brasil | 2018 | 12 anos