Crítica | Streaming e VoD

Homem-Formiga e Vespa

(Ant-Man and the Wasp, EUA, 2018)
Ação
Direção: Peyton Reed
Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Peña, Walton Goggins, Bobby Cannavale, Judy Greer, T.I., David Dastmalchian, Hannah John-Kamen, Abby Ryder Fortson, Randall Park, Michelle Pfeiffer, Laurence Fishburne, Michael Douglas, Stan Lee
Roteiro: Stan Lee, Larry Lieber, Jack Kirby (personagens), Chris McKenna, Erik Sommers, Paul Rudd, Andrew Barrer, Gabriel Ferrari
Duração: 118 min.
Nota: 5 ★★★★★☆☆☆☆☆

Há um desgaste nítido na fórmula dos filmes inspirados em histórias em quadrinhos. Alguns títulos, embora tenham a mesma estrutura, apresentam certos lampejos de criatividade, como Logan, os primeiros Guardiões da Galáxia e Homem de Ferro, Capitão América: o Soldado Invernal, Pantera Negra, os últimos dois títulos de X-Men e Homem-Formiga.

O tom familiar assumido para contar a história do ladrão super-herói que reduz de tamanho contrastava, à época, com a onda de seriedade/humanidade que queria deixar os filmes de herói mais próximos da realidade. Ver algo leve e tão próximo a uma sessão da tarde no gênero foi uma grata surpresa.

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Porém, criou uma expectativa para o novo título do diminuto super-herói. Expectativa esta não realizada. Embora ainda traga em sua essência o tom ingênuo do filme anterior, Homem-Formiga e Vespa se complica na vontade de aprofundar e rebuscar a história que quer contar.

As muitas explicações quânticas não convivem bem com as tiradas cômicas que as ladeiam. É como se, durante mais da metade houvesse dois discursos brigando por espaço, o que faz com que nenhum dos dois seja suficientemente convincente ou atrativo.

Para complicar, a muita atenção às questões científicas ocupa o espaço do aprofundamento de novos personagens, principalmente se eles estão mais para o lado quântico do que para a matéria. É o caso da Fantasma, versão feminina do vilão dos quadrinhos criada para o filme. Pouco atrativa e relegada à própria sorte, a personagem ainda sofre com a interpretação de Hannah John-Kamen.

A situação só começa a melhorar quando a ação realmente toma conta da trama. Perseguições, crescimentos e encolhimentos, e a sempre eficiente luta contra o relógio transformam o filme. O humor volta a ocupar o seu espaço, assim como as ingênuas relações amorosas e familiares. E isso transforma o filme, fazendo com que o cansaço e o desinteresse desapareçam.

Mas, mesmo se recuperando no final, não dá para esquecer o descompasso. Vai ser divertido, vai entreter, mas poderia ter sido muito melhor.

Um Grande Momento:
Recado quântico.

Links

IMDb
https://www.youtube.com/watch?v=0HGBv7s1Y7E-

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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