(Pina, ALE/FRA/GBR, 2011)
Direção: Win Wenders
Elenco: Pina Bausch, Regina Advento, Malou Airaudo, Ruth Amarante, Rainer Behr, Andrey Berezin, Damiano Ottavio Bigi, Bénédicte Billet
Roteiro: Win Wenders
Duração: 106 min.
Nota: 9
A bailarina e coreógrafa Pina Bausch é um dos nomes mais importantes da dança moderna. Integrando de maneira única a dança e o teatro, contando histórias através de movimentos que transpiram uma naturalidade ímpar e acreditando que a participação dos bailarinos, com experiências e ideias, é o que constrói a dança, ela impressionou e encantou por onde quer que tenha passado.
E fez isso com grandes nomes do cinema, como Federico Fellini, que a incluiu no elenco de E La Nave Va, e Pedro Almodóvar, que usou de maneira belíssima as coreografias “Masurca Fogo” e “Café Müller” em seu não menos belo Fale com ela. Win Wenders também não resistiu à força de Pina e durante 20 anos perseguiu o sonho de levá-las às telonas de modo único. E se tudo o que ele conhecia até então parecia pouco para a obra da coreógrafa, a chegada do 3D veio para mudar isso. Não faltava mais nada.
Infelizmente, um pouco antes do início das filmagens do que seria um road movie sobre a bailarina alemã, Pina faleceu subitamente, cinco dias após um diagnóstico de câncer. Depois de parado por um tempo, o projeto foi retomado por Wenders. O documentário deixou de ser um filme sobre Pina e passou a ser dedicado a ela.
O espectador é convidado a acompanhar o longa como se estivesse dentro de um teatro, com direito a fileiras de pessoas na frente e tudo. A profundidade do 3D é fundamental para acompanhar os movimentos e se perder nos cenários elaborados das peças de Pina. Sem dizer que, sem ele, seria impossível perceber, por exemplo, as sequências do espetáculo “Água”. Cenas que dificilmente sairão da cabeça de quem viu o filme.
Entre sequências de dança filmadas no palco e nas ruas de Wupertal, cidade da companhia de dança, os bailarinos dão depoimentos breves sobre a diretora. Em várias línguas, pois já que a linguagem do corpo é uniforme, pouco importam outros meios de comunicação. Pina também aparece na tela em alguns momentos.
Mestre de belas imagens, o diretor Win Wenders deixa que a dança fale por si e demonstra muita sabedoria ao não interferir mais do que o mínimo necessário, tendo a humildade que muitos não conseguiriam ao levar um projeto com esse potencial. Melhor para o cinema, que ganha um espetáculo único e inesquecível.
Fundamental para os amantes de dança e indispensável para quem ama qualquer manifestação artística. Uma experiência que todos deveriam se dar ao prazer de ter. Em 3D, é claro!
Um Grande Momento
Dançando no cruzamento e muitos outros.
Links
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