- Gênero: Ação
- Direção: Dan Trachtenberg
- Roteiro: Patrick Aison, Dan Trachtenberg
- Elenco: Amber Midthunder, Dakota Beavers, Dane DiLiegro, Stormee Kipp, Michelle Thrush, Julian Black Antelope, Bennett Taylor, Mike Paterson, Nelson Leis, Samuel Marty
- Duração: 99 minutos
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Tanto O Predador quanto Alien e O Exterminador do Futuro de tempos em tempos lançam um novo capítulo, com a intenção de ganhar uma grana nova e ainda não angariada por outras franquias. Nenhum dos três precisa de exemplares novos, mas Hollywood segue testando as possibilidades novas que vez por outra surgem. O mais novo exemplar dessa grande família é O Predador: A Caçada, filme de cinema lançado direto na plataforma Star+. De quem foi a ideia de lançar essa aventura de visual interessantíssimo direto no streaming, não sabemos. O real é a perda do impacto de conferir essa produção no IMAX, mas o título já chama a atenção conferido em condições adversas; como estão repetindo por aí, essa deve ser a primeira vez que o original é alcançado.
Dan Trachtenberg já tinha revitalizado Cloverfield, dirigido episódios de Black Mirror e também de The Boys, e chega aqui com a moral bastante elevada. Mantém o status atual da carreira com essa revisitação de um personagem já icônico do cinema, que volta com o que talvez seja o que de mais longe ele irá num prequel. A história se situa há 300 anos atrás em uma tribo Comanche, e isso por si só já arremessa as possibilidades em lugares muito diferentes do que já foi situado nos tantos episódios. Mais que isso é a certeza de um sabor verdadeiramente novo no que está sendo mostrado, sem os sinais de cansaço que vinham sendo observados em episódios anteriores. As muitas apostas de renovação dão uma contribuição necessária para caminhar com pernas mais longas.
A começar pelo protagonismo feminino. Mais que isso até, a centralidade no feminino, que parece a mesma coisa mas tem nuances não declaradas aí. Em Alien vs Predador, por exemplo, Sanaa Lathan era a protagonista do filme, mas os reais personagens principais eram os monstros. Nessa nova produção, tudo gira em torno de Naru, uma jovem guerreira de uma tribo que está sendo assombrada por acontecimentos fora do comum. Quando eles precisam tentar conter os danos causados pela criatura, Naru até se fragiliza aqui e ali, mas é raro; sua postura geralmente é de combate, no qual todos se prestam ao enfrentamento. Isso já demonstra o olhar da autoralidade em cima desse novo exercício de gênero, colocando a mulher como figura central e decisória para a narrativa.
Os esforços são recompensados não apenas no conteúdo de sua voz, mas também no visual de O Predador: A Caçada, bastante acima da média. É um trabalho de direção que vai no oposto do que sempre foi empregado na série, um estado de escuridão quase absoluta, muitas vezes. A chegada de Trachtenberg busca luz para a produção, que raramente exibe céu estrelado em seu desenvolvimento. Essa luminosidade libera o filme da obrigação de realizar cinema de gênero no escuro, que é uma marca que alguns diretores começam a investir. Repleto de efeitos especiais, não seria de se estranhar se o filme corresse por essa vertente, mas a produção banca a luz de maneira bem sucedida.
Com um nome mais autoral na franquia, era normal pensar que sua saída seria outorgar inúmeros focos de discussão no produto. Enganou-se quem pensou assim; Trachtenberg entende que O Predador é uma marca dentro do cinema de ficção científica em Hollywood. Acaba então por entregar a fina flor do escapismo, incluindo as imagens mais perturbadoras envolvendo o personagem. Nunca antes a violência tinha sido tão explorada na franquia, e cai muito bem isso aqui, dando acabamento ao perigo que o Predador representa. Ao invés de inventar um caminho diferente para adentrar no universo, o diretor faz o melhor feijão com arroz possível, oferecendo diversão acima da média e deixando um gosto que poucos deixaram na franquia.
Um grande momento
As duas sequências de pirâmide alimentar animal