Crítica | Outras metragensFestival de Brasília

Quintal

(Quintal, BRA, 2015)

Comédia
Direção: André Novais Oliveira
Elenco: Maria José Novais Oliveira, Norberto Novais Oliveira
Roteiro: André Novais Oliveira
Duração: 20 min.
Nota: 10 ★★★★★★★★★★

Depois de se aventurar no longa-metragem com Ela Volta na Quinta, ainda não exibido nos cinemas, o diretor André Novais Oliveira retorna aos curta-metragem com o divertido e surpreendente Quintal.

Mais uma vez, o casal central é vivido por seus pais, Maria José Novais Oliveira e Norberto Novais Oliveira, e mais uma vez acompanhamos aquela rotina quase sem graça de um casal que já dividiu tantos anos juntos.

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Usando a simplicidade que marca todas as produções assinadas por ele, o diretor expõe cenas banais do cotidiano daquelas duas figuras. Enquanto o pai esvazia a despensa, cheia de tralhas deixadas por seus filhos que não moram mais com eles, a mãe se dedica aos afazeres domésticos.

Mas André quebra todo o realismo esperado do filme ao mesclar àquele cotidiano conhecido acontecimentos surreais, como a ventania que seca as roupas no varal; a malhação pesada de sua mãe em uma academia próxima de casa, da qual pensa em se tornar sócia, e o aparecimento de um portal interdimensional no quintal.

Entre muitas gargalhadas e deliciosos momentos inesperados, o filme vai se construindo e ganha o espectador de uma maneira muito simples e certeira. As atuações de Maria José, ou Dona Zezé, como é conhecida, e Norberto são despreocupadas e conseguem se adequar tanto aos momentos cotidianos quanto às outras passagens, como a conversa com o dono da academia ou a apresentação da tese, que traz não só referências afetivas aos cinéfilos, como demonstra a mudança na rotina após os acontecimentos inusitados.

E é assim que André Novais Oliveira consegue, com um filme divertido que transita entre dois ambientes completamente diferentes, falar de tempo, idade, rotina e afeto.

Interessantíssimo!

Um Grande Momento:
A roupa no varal.

Quintal_cena

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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