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Ex Machina: Instinto Artificial

(Ex Machina, GBR, 2015)

Ficção Científica
Direção: Alex Garland
Elenco: Domhnall Gleeson, Oscar Isaac, Alicia Vikander, Sonoya Mizuno
Roteiro: Alex Garland
Duração: 108 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Sem muitas explicações, ao adentrar em Ex Machina: Instinto Artificial, o espectador acompanha uma espécie de escaneamento de um homem comum. Algo muito importante aconteceu com aquela figura, que começa a receber felicitações dos colegas. É por meio do mistério que Alex Garland envolve quem assiste a seu filme de estreia na direção, após fazer seu nome com os romances “The Tesseract” e “A Praia”, ambos adaptados para o cinema, e os roteiros de Extermínio, Não me Abandone Jamais e Dredd.

Voltando à trama, Caleb, o escaneado, é programador da BlueBook, maior serviço de buscas da Internet, e foi escolhido para passar um final de semana na casa do dono da empresa, Nathan Bateman. Lá ele descobre que fará o Teste de Turim com a nova criação do patrão gênio, a androide Ava.

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Ficção científica genuína, o longa-metragem aborda questões humanas interessantes, como obsessão, curiosidade, medo e insegurança, ao trabalhar com temas como o desenvolvimento de inteligência artificial e a superexposição a que todos estão sujeitos em ambientes virtuais. Tudo com uma aura que mescla os contraditórios estranhamento e familiaridade, de forma equilibrada e, claro, diferente.

Embora o roteiro, também escrito por Garland, tenha um certo quê de previsibilidade quando nele se identificam características comuns a outros filmes que apostam no mesmo plot, Ex Machina: Instinto Artificial segue um ritmo muito próprio, usando o seu tempo para engrandecer sempre mais a experiência do espectador.

Tudo é minuciosamente pensado. Desde a construção da esquisita e modernosa casa de Nathan, com decoração minimalista e muito uso de luzes e transparências, até a figura da robô Ava, com um figurino que mistura costura e efeitos visuais, em uma das criações mais interessantes do cinema nos preguiçosos tempos de captura de movimentos..

Enquanto os camaleões Oscar Isaac (O Ano Mais Violento) e Domhnall Gleeson (Star Wars: O Despertar da Força) estão satisfatórios nos papéis de Nathan e Caleb, respectivamente, quem brilha na tela e Alicia Vikander (O Amante da Rainha), como Ava. Além de conseguir, de certo modo, esvaziar seu olhar, ela está incrível em seus contidos gestos, postura e modo de falar.

Seguindo um caminho conhecido, mas o preenchendo com várias inovações e detalhes curiosos, Ex Machina: Instinto Artificial consegue levar o espectador exatamente onde ele gostaria. Mantendo um ritmo próprio, nem sempre muito amigável, e sua maneira particular de expor uma nova realidade.

Bem interessante!

Um Grande Momento:
A dúvida, o corte.

Oscar-logo2Oscar 2016 (indicações)
Melhor Roteiro Original
Melhores Efeitos Visuais (Andrew Whitehurst, Paul Norris, Mark Williams Ardington, Sara Bennett)

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Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zL3Aq-I_glE[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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