(Sapi, PHL, 2013)
Direção: Brillante Mendoza
Elenco: Baron Geisler, Meryll Soriano, Dennis Trillo
Roteiro: Henry Burgos
Duração: 102 min.
Nota: 2
Interessante a ideia de contar em um filme de terror os hábitos locais, explicações e consequências para acontecimentos que envolvam o sobrenatural. Interessante também tentar fazer uma analogia entre eventos paranormais e a atuação da imprensa. Mas mais interessante seria se o resultado final tivesse qualidade e conseguisse durar mais do que dois minutos após os créditos finais na cabeça de quem assistiu ao filme.
Sapi quer muito, mas não consegue chegar lá. O filme fala sobre a rotina de duas grandes redes de televisão que brigam por audiência e descobrem nos exorcismos praticados na periferia um chamariz proveitoso para seus telejornais. Os casos de possessão são disputadas por ambas, mas uma das equipes resolve se aprofundar em uma das histórias descobertas pelo outro canal. Após filmar os rituais, coisas estranhas começam a acontecer com seus integrantes.
O que poderia parecer promissor não consegue durar mais do que os primeiros momentos. Brillante Mendoza tenta, sem sucesso, fazer uma crítica irônica e sarcástica à imprensa ao abordar a falta de limites com que se escolhe e divulga histórias, sem nenhuma preocupação com os efeitos que aquele material vai surtir na vida das pessoas.
O longa é esteticamente confuso e mal distrubuído. Embora aproveite várias possibilidades de criar alguma tensão, com cenas como a do atropelamento do cão, a perda de paciência com o irmão e a da produtora com a cobra, a impressão de que cada uma das imagens está ali para passar uma mensagem, também não ajuda na concepção natural do horror e afasta o que se vê na tela do gênero que o filme tenta assumir.
Com cara de “terror pensante” mal elaborado e bastante confuso nos focos narrativos das quatro histórias insuficientemente desenvolvidas que conta, o longa-metragem estagna. Para piorar, o resultado ainda sofre com a obviedade e previsibilidade do roteiro.
Pouco envolvente e mal montado, Sapi é uma prova de que nem sempre boas ideias conseguem ser transmitidas através de filmes. Ao chegar no final, facilmente antecipável, fica uma sensação de tempo perdido e uma frustração, pois nada surpreende ou impressiona.
A coisa mais surpreendente no filme acaba sendo a assinatura de Brillante Mendoza. Visto como um dos cineastas mais promissores da atualidade, ainda que Em Nome de Deus não convença ninguém, se espera naturalmente mais do diretor de Lola, Serbis e Kinatay.
Decepcionante e dispensável.
Um Grande Momento:
Delírios com o irmão mais novo.
Links
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