Crítica | Outras metragens

Swing to the Moon

A magia da lua

(Swing to the Moon, FRA, 2023)
Nota  
  • Gênero: Animação
  • Direção: Marie Bordessoule, Chloé Lauzu, Adriana Bouissié, Vincent Levrero, Nadine De Boer, Solenne Moreau, Elisa Drique.
  • Roteiro: Studio des Aviateurs
  • Duração: 6 minutos

O fascínio pela lua é algo que atravessa o tempo. Está em Selene e seu enamorado condenado a dormir para sempre; em Máni e seus muitos nomes; em Jaci e a saudade que ela traz da casa dos homens; Mama Killa e seu espelho da verdade, e Mawú com sua paz e perdão aos adormecidos. É a Rainha do Céu e onde mora São Jorge. Está também na busca eterna por seus mistérios, nas tentativas de entender sua influência. Se é um marco na disputa pelo poder tecnológico, é motivo da inspiração dos poetas e símbolo da paixão dos enamorados.

Os olhos grandes, aficionados e apaixonados da pequena e fofíssima personagem de Swing to the Moon demonstram bem o poder inebriante da lua. Ela é uma aranha-caranguejeira e, com sua rede, tenta alcançar aquela enorme bola brilhante que flutua no céu estrelado. Ela não sabe o que é, e muito menos a que distância está, mas tenta se aproximar cada vez mais para, de alguma forma, alcançá-la.

Usando computação gráfica, com uma animação muito preocupada com os mínimos detalhes, o espectador se vê envolvido com a jornada impossível da pequena protagonista. O sonho impossível, vai ficando mais belo com chegada de novos elementos, como os brilhantes vagalumes ou o dente-de-leão. O jogo de luz, sombra e luzes é muito eficiente, e embora não crie uma jornada totalmente imprevisível, consegue manipular bem os sentimentos e a tensão.

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Com uma trama que se desenrola sem diálogos, Swing to the Moon é muito cuidadoso em sua composição, e, para além da formação das imagens e dos personagens, é um filme que se preocupa com os elementos que estimulam o envolvimento. Do desenho de som à trilha de Dorian Lehmann é difícil se despedir da pequena aranha quando o curta chega ao seu final.

A direção coletiva, assinada por Marie Bordessoule, Chloé Lauzu, Adriana Bouissié, Vincent Levrero, Nadine De Boer, Solenne Moreau e Elisa Drique (da esma – Ecole Supérieure des Métiers Artistiques), busca alternar ternura e tensão, e consegue chegar onde gostaria. Swing to the Moon transforma uma tarântula, um animal que causa medo por sua aparência e, em alguns casos, uma fobia extrema, em uma criatura fofa e com sentimentos tão humanos e compreensíveis trazendo camadas adicionais há uma animação que poderia apenas apostar em sua estética.

Um grande momento
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[19º HollyShorts Film Festival]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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