Drama
Direção: Danny Boyle
Elenco: Ewan McGregor, Robert Carlyle, Ewen Bremner, Jonny Lee Miller, Anjela Nedyalkova, Steven Robertson, Kelly Macdonald, Pauline Lynch
Roteiro: Irvine Welsh (romances), John Hodge
Duração: 117 min.
Nota: 8
Mais de 20 anos depois o diretor Danny Boyle dá continuidade à história de Trainspotting, grande sucesso cult dos anos 90. Se naquela ocasião a direção e o retrato de uma geração “perdida” provocou espanto e admiração pelo obra do diretor, os mesmos “truques”, mesma em uma boa continuação da história, parecem mais fracos, quase ingênuos para os dias de hoje.
Em T2 Trainspotting, Renton (Ewan McGregor) está casado e livre das drogas. Durante uma corrida na esteira (seu novo vício), passa mal e este incidente faz com que repense sua vida e volte a seu passado. Ele quer rever amigos e resolver assuntos pendentes deixados para trás, 20 anos antes.
Se Renton tem uma nova vida, seu “amigos” mantêm-se presos aos velhos hábitos, Sick Boy (Jonny Lee Miller) é dono de uma bar falido e pratica pequenos golpes de extorsão; Spud (Ewen Bremner) continua profundamente mergulhado no vício de heroína, e Begbie (Robert Carlyle) está preso. Renton quer arrumar as lacunas nestes relacionamentos, ajudar o amigo Spud e amenizar a crise com Sick Boy, porém, de forma alguma, pretende encontrar Begbie.
Aos poucos os disfarces vão caindo e Renton revela a realidade da sua vida, não tão melhor do que a dos amigos, e tudo vai voltando ao normal, com velhas práticas, pequenos crimes e muita agitação.
O elenco está bastante à vontade. A distância entre uma produção e outra nem se faz notar, parecendo que os atores saíram de uma gravação para outra. Há o mesmo nível de humor e tensão, e tristeza e rebeldia ainda são os sentimentos carregados pelos personagens, aquela grande angústia que os acompanha durante toda a vida ainda está ali. Ewan McGregor é o personagem principal e tem uma carreira de maior destaque, mas não demonstra qualquer desconforto com essa diferença de status e tempo. Embora mais velho, parece o mesmo Renton de antigamente, um garoto simpático, de aparência bondosa, mas que teima em fazer escolhas erradas.
Com roteiro de John Hodge, baseado na obra de Irvine Welsh, o filme tem longos diálogos, trilha sonora marcante, cortes e enquadramentos diferenciados, e diversas inserções de cenas do primeiro filme, que servem como elo entre uma história e outra, mas também funcionam como muletas para contextualizar a história para um novo público.
A exemplo dos personagens, o diretor parece não conseguir desprender-se de seus velhos hábitos e estilos. O desfecho da história cerca o politicamente correto em voga nos tempos atuais, e, embora faça alguns comentários sobre as novas gerações, não se atualiza e nem deixa muito claro o choque, parece que, nesse sentido, as pessoas não mudaram absolutamente nada.
Contudo, nada disso torna T2 Trainspotting um filme ruim. É mais do mesmo, mas um “mesmo” divertido e bem feito.
Um Grande Momento:
O Lema de Renton.
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