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Quanto Mais Quente Melhor

(Some Like It Hot, EUA, 1959)
Nota  
  • Gênero: Comédia
  • Direção: Billy Wilder
  • Roteiro: Robert Thoeren, Michael Logan, Billy Wilder, I. A. L. Diamond
  • Elenco: Marilyn Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon, Joe E. Brown, Joan Shawlee, Dave Barry, Billy Gray, George Raft, Pat O'Brien
  • Duração: 120 minutos

Existem filmes que não envelhecem nunca e, mesmo que alguns elementos técnicos já estejam ultrapassados, evolvem de certa maneira seus espectadores que o tempo deixa de ser um inimigo e se torna um aliado.

Assim é a comédia Quanto Mais Quente Melhor. Considerada um dos melhores filmes do gênero em todos os tempos, a história chega às telas não só fazendo rir, mas anunciando que os tempos no cinema estavam mudando. Como diz o crítico Celso Sabadin: “Era o ponto final dos ingênuos anos 50. Era o prenúncio dos quentes e liberais anos 60.”

No início dos anos 30, dois músicos muito amigos presenciam a execução de um mafioso em Chicago e, para não serem mortos, disfarçam-se de mulher e vão tocar em uma orquestra feminina. Joe vira Josephine e Jerry, Daphne e, em pouco tempo, ficam muito “amigas” de Sugar Kane, a cantora que gosta mais do que devia de uma caninha e quer conquistar um milionário.

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O roteiro de I. A. L. Diamond e do próprio diretor Billy Wilder é muito inteligente. Com diálogos sempre interessantes e muita coisa a ser pescada nas entrelinhas.

O elenco também é fundamental para o filme. Sugar Kane é vivida por Marilyn Monroe, que tinha muita dificuldade em decorar falas e não é a melhor atriz do mundo, mas é linda como ninguém nunca foi e, mesmo que sua voz não seja perfeita, conquistou muito marmanjo por aí com a música “I Wanna Be Loved By You”.

Tony Curtis dá vida ao saxofonista Joe e faz rir tanto com sua tentativa frustrada de ser uma bem comportada Josephine, como com seu Junior, um milionário de meia-tigela. Mas quem domina todas as cenas em que aparece é mesmo Jack Lemmon. Seu Jerry disfarçado de Daphne é um dos papéis mais memoráveis do cinema.

A estrutura de comédia musical é mantida e os números estão sempre muito bem justificados com os shows da orquestra feminina.

Em nenhum momento o filme apela para a graça fácil e boba dos pastelões. Ainda que vejamos dois homens vestidos de mulher – no caso, Wilder preferiu filmar em preto e branco justamente para a maquiagem não ficar mais engraçada do que deveria – não existe qualquer tipo de apelação e, muito menos, preconceito.

Daqueles filmes obrigatórios para todos os que gostam de cinema. Para ser visto mais de uma vez e se existir algum meio de conferir na telona, não perca a oportunidade. Vale realmente muito a pena.

Um grande momento
Na lancha

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
4 Comentários
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Ronaldo
Ronaldo
25/06/2009 02:10

Olá, gostei muito do seu blog, gostaria de lhe propor uma parceria de links, se houver interesse de sua parte entre em contato, um abraço. Ronaldo
http://almascorsarias.blogspot.com

Charles
Charles
25/06/2009 01:51

Cecília, genial é pouco pra classificar esse filme. Billy Wilder era um gênio e sabia se cercar de bons atores. Morro de rir só de lembrar os trejeitos da dupla, principalmente do Tony Curtis. Ao lado de A Vida de Brian, é uma de minhas comédias favoritas… abs.

Vinícius P.
Vinícius P.
25/06/2009 00:28

Apesar de ser um clássico inegável, ainda não tive oportunidade de conferir esse. Mas sempre tive muita curiosidade, especialmente pela Marilyn Monroe.

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