- Gênero: Drama
- Criador: Michele Abbott, Ilene Chaiken, Kathy Greenberg
- Canal: ShowTime
- Elenco: Jennifer Beals, Leisha Hailey, Laurel Holloman, Mia Kirshner, Katherine Moennig, Pam Grier, Rachel Shelley, Daniela Sea, Erin Daniels, Marlee Matlin, Rose Rollins, Sarah Shahi
- Temporadas: 6
- Duração: 60 minutos
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Em uma época que ainda era ato de resistência casais homoafetivos saírem de mãos dadas na rua (mesmo na rua Frei Caneca em São Paulo, juro, eu morava na rua mais gay dessa época), The L Word, série disponível no Globo Play, trouxe lésbicas diversas com histórias profundas e ousadas com a pretensão de naturalizar o termo.
Tudo se passa na cidade de Los Angeles, um grupo de amigas é retratado em seu dia a dia, apresentando seus dilemas de vida, questões de carreira, familiares, dramas e aventuras amorosas e, principalmente, a força do laço de amizade que vai se fortalecendo ao longo das temporadas que acontece de um tudo com as personagens.
Falando nelas, hoje entendo a dupla importantância das personagens da série: a primeira para amarrar a história que precisa ser contada, os dilemas e os dramas que precisavam ser vividos; a segunda para dar forma e alvo para quem se viu (ou ainda precisa se ver, depende do seu tempo aí) e assim se permitir sonhar e também buscar ser (seja sair do armário, seja querer ser diretora fodona de uma empresa legal como uma das personagens ricas).
The L Word abordou temas polêmicos e bastante pesados, seja para meados dos anos 2000, seja para qualquer época. Tem drogas, alcoolismo, traição, separação, tristezas e alegrias, relacionamentos tórridos, mornos e friiiios. Tem muita coisa sem explicação e esquisita também, mas pode ser por excentricidade californiana, ou a frivolidade juvenil dos olhos de quem vê.
O fato é que trata-se de uma pioneira em tratar lésbicas com naturalidade, inseridas em ambientes públicos diversos, com pessoas diversas, exercendo seus papéis sociais variados e, em muitos casos, retratados com sucesso. A palavra com L de lá pra cá parece ter perdido seu peso para o lado amargo, o jogo virou nesses últimos anos para um lado muito mais livre e empoderado, mas é impressionante como ainda é vital (literamente, e sem exageros) que ainda precisamos encarar diariamente como uma luta.
Uma série feita por mulheres, com mulheres, falando de mulheres e suas histórias. Revolucionárias em sua existência, elegante na forma como lida com as coisas e atrevida na forma como aborda os temas mais sombrios e obscuros, The L Word é muito mais que uma vitrine para um grupo, é a ousadia de existir e afrontar sendo lindas e bem-sucedidas.
Melhor Episódio
T06E08 – A Última Palavra