- Gênero: Drama
- Elenco: Jennifer Aniston, Reese Witherspoon, Steve Carell, Billy Crudup, Mark Duplass, Bel Powley, Gugu Mbatha-Raw, Desean K. Terry, Jack Davenport, Karen Pittman, Nestor Carbonell
- Temporadas: 1
- Duração: 60 minutos
-
Veja online:
“I saw and I’ve never stopped it…“: do primeiro ao último episódio da primeira temporada, o sentimento de quem assiste pode ser o constante questionamento se já vivenciou algo assim ou se seu silêncio contribuiu de alguma forma para as coisas serem assim. The Morning Show é uma daquelas séries que nos fazem pensar, questionar e querer mudar.
O super carismático Mitch (Steve Carell) é um dos âncoras de um telejornal matinal que é demitido após uma denúncia de assédio sexual. Não apenas ele, mas boa parte da equipe do programa, incluindo a parceira de bancada Alex Levy (Jennifer Aniston), são pegos de surpresa com a demissão e seu motivo. O argumento de ser um homem normal que se comporta como tal faz a frase “Foi tudo consensual, eu não estuprei ninguém” aparecer várias vezes, não apenas nas bocas culpadas e cúmplices, mas também nas mentes das vítimas.
O gatilho transformador pode ser atribuído à chegada de Bradley Jackson (Reese Witherspoon) ao contexto. A jovem jornalista correspondente do interior com perfil questionador e intempestivo traz todo um movimento catalisador, sobretudo por conta de sua relação com Alex que, por muitas vezes, se faz conflituosa pelo simples fato de ambas serem mulheres.
Com a atuação mais madura da carreira de Jennifer Aniston, Alex, após perder seu parceiro de 15 anos de trabalho, vê sua carreira, seu casamento, sua relação com a filha e com os fãs em crise. A personagem causa vários sentimentos e questionamentos em quem está assistindo, deixando sempre no ar se dá para gostar dela ou não.
O impecável elenco, aliás, é uma atração à parte: cada um dos principais envolvidos na trama de The Morning Show conseguiu segurar o peso dos conflitos que seus personagens encaixam na trama. Como, por exemplo, a atuação de Karen Pittman, que nos faz sentir lá no fundo o drama da produtora Mia Jordan e suas questões com a empresa; além de Billy Crudup no papel do diretor nada convencional Coru Ellison, e Mark Duplass fazendo, lá pelas tantas, qualquer um se rasgar na pele de Charlie Black.
O ritmo da trama é o que dá à costura a profundidade necessária. Até os três primeiros episódios, a sensação é meio que de descoberta, parecendo quase mais do mesmo. Depois, vai esquentando e construindo alguns questionamentos que seguram e amarram, até que se chega nos dois últimos episódios, quando tudo desemboca num inesperado quase inevitável. E esta é a grande magia do roteiro: a imprevisibilidade e a crescente construção da empatia.
O mais importante é que, de cara fica claro, The Morning Show não se trata apenas de uma série sobre mulheres abusadas ou homens abusadores, mas aborda os conflitos e a natureza das pessoas envolvidas, em maior ou menor amplitude, com o assunto e suas reações que são diversas e podem até parecer frias para quem assiste, mas que são da natureza humana.
O Melhor Episódio:
(S01E10) The Interview.
Com a colaboração de Bruna Bites