Crítica | Streaming e VoD

Transformers – O Lado Oculto da Lua

(Transformers: Dark of the Moon, EUA, 2011)

Drama
Direção: Michael Bay
Elenco: Shia LaBeouf, Peter Cullen, Rosie Huntington-Whiteley, Tyrese Gibson, Leonard Nimoy, Patrick Dempsey, Frances McDormand, John Turturro, Kevin Dunn, John Malkovich, James Remar, Julie White
Roteiro: Ehren Kruger
Duração: 157 min
Nota: 2 ★★☆☆☆☆☆☆☆☆

Na linha das franquias de ação que faz tanto sucesso no cinema, a mais estranha de todas e é aquela que adapta brinquedos. A que fez mais sucesso até agora foi Transformers, aquela em que carrinhos viravam robôs gigantes, que já passou pelas telonas três vezes e parece não ter parado por aí.

O responsável pelas adaptações cinematográficas é Michael Bay, um diretor megalomaníaco e com mania de muitas tomadas numa mesma cena. Com um currículo vasto e apenas um bom resultado de verdade, A Rocha, com Nicolas Cage e Sean Connery, Bay não se preocupa com o que acham dele e quer mesmo é mostrar que tem habilidade para usar mais tecnologia do que precisa.

Apoie o Cenas

O primeiro Transformers até funciona tecnicamente e a ausência de história pode ser superada. O mesmo não pode ser dito de A Vingança dos Derrotados, em que não existe efeito especial que apazigue a desconexão dos muitos eventos e situações criados pelos roteiristas Ehren Kruger, Roberto Orci e Alex Kurtzman, e muito menos de O Lado Escuro da Lua então, onde nada se conclui ou se completa e, muito menos, se compreende.

A luta entre os Autobots e os Decepticon recomeça na tentativa de recuperar uma nave espacial que caiu na lua há muitos anos. Tida como a mais moderna tecnologia de Cybertron, a nave era guiada por Sentinela, o mais inteligente de sua raça e continha uma carga especial que poderia ter mudado o resultado da guerra naquele planeta.

Roteirizado unicamente por Kruger, o filme não se acanha em misturar momentos como a chegada do homem à lua, enfatizando a corrida espacial “vencida” pelos americanos, ao uso de tecnologia quântica avançada que vai transportar todo um planeta para a Terra. Criando espaços onde não existe, o roteiro vai buscar vilões na já batida Rússia e, claro, no Oriente Médio. Afinal de contas, se os autobots defendem a raça humana é lógico que eles são aliados dos Estados Unidos no Afeganistão, no Iraque ou qualquer outro país de lá.

Muitos efeitos sonoros e visuais se misturam nas lutas e perseguições e são tantos que chegam a cansar o espectador. Durante mais de 150 minutos de projeção não são raros os momentos em que coisas externas ao filme parecem muito mais interessantes.

O elenco, totalmente ofuscado pelos robôs gigantes, vem recheado de presenças improváveis e inexplicáveis como Leonard Nimoy, que empresta sua voz ao novo bot; Patrick Dempsey (Encantada); Frances McDormand (Queime Depois de Ler) e John Malkovich (A Troca), além da insistência de John Turturro (E aí, meu Irmão, Cadê Você?) no erro.

No mais é só muito mais do mesmo. Muito mais explosões, muito mais acidentes de carros, muito mais frases de efeito que não significam nada e incômodas citações à banda Pink Floyd.

Indicado mesmo só para quem está procurando um filme para ver com o namorado. Você pode prestar atenção só de vez em quando, no final vai fazer pouco sentido mesmo. E é só um adaptação de brinquedo.

Um Grande Momento

Quando termina.

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Z-J6Co8pIX4[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
Botão Voltar ao topo