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20 Cenas Eternas

Existem momentos no cinema que são eternos. Algumas cenas de filmes arrepiam, outras enchem os olhos de água e outras ainda provocam gostosas gargalhadas, mas todas são tão cuidadosamente pensadas, estudadas e feitas com muita dedicação. Assim, quase perfeitos, esses pequenos momentos fazem do filme uma experiência inesquecível.

Claro que seria impossível citar aqui todas as cenas que marcaram a minha vida de tantos filmes e, por isso, ajudada pelo Sir Alfred Hitchcock, que ando revisitando no momento, escolhi aquelas que já tem algum tempo de estrada.

Todas as cenas listadas fazem parte de clássicos do cinema, são em preto-e-branco e foram rodadas antes da década de 60. Alguns nomes, meus favoritos, se repetem. É o caso de Franz Capra, Billy Wilder, Charles Chaplin e, claro, Hitchcock.

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O Nascimento de uma Nação, de D. W. Griffith

(The Birth of a Nation, 1915)
Na cena: Henry B. Wathall e Mae Marsh

Depois de liderar um ataque contra os soldados da União e ser ferido carregando a bandeira dos confederados, a chegada do coronel em sua destruída casa e o encontro com a irmã, Flora, também marcou.

O Homem Mosca, de Fred C. Newmey e Sam Taylor
(Safety Last!, 1923)
Cena com: Harold Lloyd, Mildred Davis, Bill Strother e Noah Young

Toda a escalada do prédio de doze andares é engraçada e eletrizante, mas a cena do relógio é de tirar o fôlego.

Ouro e Maldição, de Erich von Stroheim
(Greed, 1924)
Cena com: Jean Hersholt e Gibson Gowland

A sequência final, depois de matar seu companheiro Marcus por causa do dinheiro roubado de sua esposa, McTeague percebe sua situação: ele está algemado ao corpo morto do amigo no meio do Vale da Morte, a mula está morta e o cantil está vazio.


O Encouraçado Potemkin, de Sergei Einsenstein
(Bronensets Potyomkin, 1925)
Cena com: Beatrice Vitoldi e N. Poltavtseva

A população em terra demonstra apoio ao grupo de marinheiros amotinados. A guarda do Czar cerca a multidão e enquanto desce as escadarias de Odessa, atira em tudo que vê pela frente. Tentando se proteger dos tiros, uma mãe não consegue segurar o carrinho de bebê.


Em Busca do Ouro, de Charles Chaplin
(Gold Rush, 1925)
Cena com: Charles Chaplin e Mack Swain

Na completa dureza, o Prospector Solitário faz de sua bota o prato principal da ceia de Ação de Graças. Seu convidado, Jim McKay faz cara feia, mas acaba comendo a iguaria também.

O Fantasma da ópera, de Rupert Julian
(The Phanton of the Opera, 1925)
Cena com: Lon Chaney e Mary Philbin

Erik, o fantasma, está tocando piano para Christine. Curiosa, ela retira sua máscara e pela primeira vez vemos o desfigurado monstro.


Frankenstein, de James Whale
(Frankenstein, 1931)
Cena com: Boris Karloff e Marilyn Harris

A pequena Maria não se intimida ao ver a aparência do monstro criado por Dr. Frankenstein e o chama para brincar com ela. Eles atiram flores no lago para vê-las boiar. Quando suas flores acabam o monstro resolve jogar a menina na água para vê-la flutuar também.


Aconteceu Naquela Noite, de Frank Capra
(It Happened One Night, 1934)
Cena com: Clark Gable e Claudette Coulbert

Peter ensina a Ellie várias maneiras corretas de se pedir carona. Quando a hora da prática chega, ele não consegue parar nenhum dos muitos carros que passam. Ela diz que vai parar o primeiro que passar, mas ele duvida.


Uma Noite na Ópera, de Sam Wood e Edmund Goulding
(A Night at the Opera, 1935)
Cena com: Groucho Marx, Chico Marx, Harpo Marx e muito mais

Quase contrariando a lei da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar, várias pessoas entram em uma minúscula cabine que cada vez mais cheia, explode.


Tempos Modernos, de Charles Chaplin
(Modern Times, 1936)
Cena com: Charles Chaplin

Para tornar o trabalho cada vez mais automatizado, uma empresa tenta vender uma “máquina de alimentar” para a fábrica onde Carlitos trabalha. Ele é o escolhido para testar o novo invento, mas as coisas saem diferente do esperado.


A Mulher Faz o Homem, de Frank Capra
(Mr. Smith Goes to Hollywood, 1939)
Cena com: James Stewart, Claude Rains, Jean Arthur

O discurso de Jefferson Smith no Capitólio é todo emocionante mas atinge o seu ponto alto depois que os inúmeros telegramas são trazidos para a sala.


O Grande Ditador, de Charles Chaplin
(The Great Dictator, 1940)
Cena com: Charles Chaplin

A dança do ditador Adenoid Hynkel, ou Herr Hynkel, com o globo terrestre.


Cidadão Kane, de Orson Welles
(Citizen Kane, 1941)
Cena com: Orson Welles

Além da beleza plástica da cena, a última e misteriosa palavra de Charles Foster Kane já merece estar aqui só por toda a brincadeira envolvida. Se Kane morreu sozinho e nós somos as únicas testemunhas de suas últimas palavras, como alguém pode sair para investigá-la? Teorias sobre seu significado são muitas.

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Casablanca, de Michael Curtiz
(Casablanca, 1942)
Cena com: Humphrey Bogart e Ingrid Bergman

A cena da batalha de hinos no Ricky’s Bar é sensacional, mas como já foi citada muitas vezes por aqui, chegou a vez da despedida de Ricky e Ilsa no aeroporto.


Interlúdio, de Alfred Hitchcock
(Notorious, 1946)
Cena com: Cary Grant e Ingrid Bergman

Foi esse filme que me fez pensar como seria interessante uma lista com as cenas que marcaram a minha história cinéfila. Alicia e Devlin se amam, mas não podem ficar juntos. Em um de seus encontros de amor os dois se beijam ardentemente por muitos minutos.

Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder
(Sunset Boulevard, 1950)
Cena com: Gloria Swanson e Eric von Stroheim

A decadente Norma Desmond desce a escadaria da sua também decadente mansão enquanto é filmada por seu mordomo. Ao terminar a escada, ela faz um discurso.


A um Passo da Eternidade, de Fred Zinnermann
(From Here to Eternity, 1953)
Cena com: Burt Lancaster e Deborah Kerr

Milton Warden e Karen Holmes marcam um encontro proibido na praia, pois ela é casada. Depois de algumas provocações, os dois entram na água e se beijam ardentemente sob as ondas.


Sindicato de Ladrões, de Elia Kazan
(On the Waterfront, 1954)
Cena com: Marlon Brando e Rod Steiger

Os irmãos Charley e Terry Malloy têm uma conversa no banco de trás de um táxi. O irmão mais velho, advogado do sindicato, tenta convencer o caçula a não denunciar a corrupção local e acaba contando outras coisas.


Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder
(Some Like it Hot, 1959)
Cena com: Jack Lemmon e Joe E. Brown

Jerry, vestido de Daphne, e Osgood partem de lancha. O primeiro tenta, meio sem jeito, contar para o segundo que alguma coisa impede o casamento dos dois. Mas nada é problema para Osgood, que tem solução para tudo.


Psicose, de Alfred Hitchcock
(Psycho, 1960)
Cena com: Janet Leigh e Anthony Perkins

Depois de se hospedar no hotel de Norman Bates, Marion Crane vai tomar uma ducha demorada. Uma estranha sombra aparece e a música anuncia que algo grave vai acontecer.

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
7 Comentários
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Victor
Victor
12/12/2009 03:54

Muito boa a lista. Uma cena que eu colocaria que particularmente me tocou, é a do filme "A ultima gargalhada" de Murnau. E também uma do clássico "Nosferatu"
Eu também possuo um blog sobre cinema. Passa la.
Abraço

Victor Afonso
Victor Afonso
08/12/2009 02:35

Que bela selecção de filmes. Estão aqui alguns dos melhores filmes da história do cinema.

cheguei demasiado TARDE
cheguei demasiado TARDE
08/12/2009 00:22

Gostei de sua lista. Eu acrescentaria A General com Buster Keaton…

Vinícius P.
Vinícius P.
07/12/2009 21:17

O pior é que eu ainda não vi boa parte desses clássicos, mas esses são mesmo momentos mágicos do cinema.

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