(Nossa Vida Não Cabe num Opala, BRA, 2008)
Drama
Direção: Reinaldo Pinheiro
Elenco: Leonardo Medeiros, Milhem Cortaz, Maria Manoella, Gabriel Pinheiro, Jonas Bloch, Paulo César Peréio, Maria Luisa Mendonça, Adilson Rodrigues, Dercy Gonçalves, Marília Pêra
Roteiro: Mario Bortolotto (peça), Di Moretti
Duração: 95 min.
Minha nota: 8/10
Há muito tempo quero assistir a este filme. Já o vi em cartaz em São Paulo mas, por algum motivo, não pude conferir. O jeito foi esperar algum festival acontecer. É incrível como produções nacionais são tão meteóricas quando chegam aos cinemas por aqui (isso porque tem um monte de outras que não consegue nem chegar).
Com a expectativa em alta, pipoca na mão e uma garrafinha de água no colo, comecei a entrar no universo bizarro criado por Mario Bartolotto e agora transformado em cinema por Reinaldo Pinheiro.
Depois de perder o pai, uma família de fracassados começa a ruir pouco a pouco. Os dois irmãos mais velhos são ladrões de carro. Um deles é apaixonado por livros e garrafas de uísque e o outro é um bobalhão. A irmã toca piano em uma churrascaria e o mais novo, skatista, não sabe bem o que quer ser.
Todos os membros da família são oprimidos pelo dono do ferro-velho utilizado para desmanche dos carros roubados. Além de ser responsável pela morte do pai, cobra uma dívida contraída por ele. Ao mesmo tempo, o pai continua aparecendo, como fantasma, para seus filhos.
O filme é bom, tanto pelos personagens, muito bem desenvolvidos, como pelas opções visuais de Pinheiro e Jacob Solitrenick. O cuidado da produção faz toda a diferença também.
O elenco está primoroso. O bom e velho Paulo César Peréio, com sua voz marcante, está ótimo como o pai. Os irmãos, interpretados por Leonardo Medeiros, Milhem Cortaz, Maria Manoella e Gabriel Pinheiro, estão muito bem também, assim como Jonas Bloch no papel de malvadão. As participações de Maria Luísa Mendonça, Marília Pêra e Dercy Gonçalves acrescentam ainda mais ao longa.
Mas ao falar do elenco não tem como não destacar a participação de Milhem Cortaz. Em uma atuação muito inspirada e divertida, ele dá vida ao bobalhão Lupa e brilha mais do que qualquer um.
Apesar de tudo que o filme tem de bom, alguns probleminhas podem ser notados no roteiro. Algumas histórias ficaram em aberto e outras, secundárias, receberam uma atenção maior do que deveriam. Mas nada tão grave que atrapalhe o filme.
Quem quer ver algo bobinho ou uma comédia leve, deve manter distância. O filme trata de uma desgraça anunciada com um humor que chega a ser mórbido, mas é muito competente e consegue levar a platéia junto com ele o tempo todo.
Totalmente indicado!
Próximas sessões no festival: 07/11, às 21h10; 08/11, às 18h20; 09/11, às 19h.
Um Grande Momento
Meu nome é Luiz Paulo Castilho.
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FIC Brasília 2008
Assisti hoje a Ainda Orangotangos. Gostei de algumas coisas e de outras não. Opala é muito melhor!
Beijocas
Nem me fala nesse filme ! Foi exibido no festival aqui em JF, mas no mesmo dia e horário de Ainda Orangotangos, que também estava doido para assistir, e acabei optando por esse segundo filme … só espero que entre em cartaz nos cinemas por aqui …