- Gênero: Terror
- Direção: Gore Verbinski
- Roteiro: Justin Haythe, Justin Haythe, Gore Verbinski
- Elenco: Dane DeHaan, Jason Isaacs, Mia Goth, Ivo Nandi, Adrian Schiller, Celia Imrie, Harry Groener, Tomas Norström Roteiro: Justin Haythe, Justin Haythe, Gore Verbinski
- Duração: 146 minutos
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Depois de muitas aventuras familiares, Gore Verbinski finalmente retorna ao gênero que o destacou: o terror. A Cura é um filme que evoca muito da construção fantástica clássica, em temática e ambientação, mas, perdido na estética, muito mais cansa do que instiga o espectador.
A história contada é a de um executivo que só pensa em trabalho e após uma promoção inesperada é enviado a um antigo castelo transformado em asilo. Sua missão é encontrar um dos diretores da empresa onde trabalha e levá-lo de volta à cidade, para que assine uma importante fusão empresarial. Porém, ao chegar no local descobre que nem tudo é o que parece.
A sequência inicial impressiona pela elaboração estética. Verbinski sabe como fazer isso e, nesses primeiros minutos, elabora mais uma de suas peças. Além da boa construção do ritmo, o que se vê é cativante. Porém, à medida que as sequências vão se sucedendo, o visual acaba perdendo a sua força para uma trama ancorada em reviravoltas forçadas, repetitiva e sem atrativos. Embora a superfície seja muito impressionante, aquilo que se apresenta é raso e desinteressante.
Há um problema de montagem que esvazia a trama, que poderia até interessar se contada de forma mais econômica e precisa. As quase 2h30 de projeção não têm justificativa, assim como não se explica a demora para a construção do suspense principal do longa-metragem. Há muitas idas e vindas desnecessárias, explicações excessivas e apego a sequências pouco proveitosas fora do quesito estético.
Para complicar ainda mais, o desfecho assume um tom frenético que nada tem a ver com a condução arrastada até então. Esta mudança no tom do filme, que poderia gerar um interesse extra, aqui trabalha contra a obra. Primeiro por chegar em um momento onde o cansaço já domina quem o assiste, depois por explicitar ainda mais a falta de objetividade em todo o começo da obra.
O desinteresse crescente prejudica qualquer mensagem que o longa tente trazer, seja a crítica ao trabalho e ao capitalismo, seja a obsessão pelo perpétuo. Não há porque se importar com o passado daqueles personagens ou ansiar pelos caminhos que trilharão a partir dali. Tudo isso faz com que flashbacks e descobertas percam qualquer sentido e apareçam como mais um motivo para prolongar aquilo que já estava longo demais.
Mesmo que A Cura traga de volta alguns resquícios de um cinema de gênero interessante, conte com boas atuações de Dane DeHaan (Poder sem Limites) e Mia Goth (Ninfomaníaca), e seja algo surpreendente aos olhos, a falta de conexão com a história contada é fatal.
Um Grande Momento:
O acidente.