- Gênero: Animação
- Direção: Kirk DeMicco, Brandon Jeffords
- Roteiro: Kirk DeMicco, Quiara Alegría Hudes, Peter Barsocchini
- Duração: 95 minutos
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Vivo tem uma missão. Sair de Cuba e ir a Miami, ao último show de Marta Sandoval, e realizar o desejo de seu amigo de toda a vida Andrés. A estreia da Sony Animation no universo das animações musicais com A Jornada de Vivo já chega com uma assinatura poderosa: Lin-Manuel Miranda, o responsável por sucessos como Hamilton, é o compositor de todas as canções, além de ser o responsável pela dublagem do jupará que dá nome ao filme.
O animal fofinho, nativo da Floresta Amazônica, foi parar em Cuba e, conheceu Andrés ainda filhote. A vida dos dois foi preenchida com muita música nas praças de Havana, pelo menos até a chegada de uma carta. Dirigida por Kirk DeMicco, Brandon Jeffords, a animação, como muitas outras dos grandes estúdios concorrentes, apela para o emocional para dar início à sua trama.
Alternando entre o 3D e o 2D, este principalmente para flashbacks e momentos nostálgicos, a Sony mostra maturidade no manejo das imagens. O ritmo é ágil, e o longa é fiel na ambientação, com retratos apaixonados de Havana e da Flórida. Além das reconstituições, há momentos de devaneio, para expor as sensações dos personagens ou o modo como eles sentem os ambientes, é quando luzes e cores explodem na tela, transformando o filme num belo espetáculo visual.
Além de funcionar por toda a variação estética, o que agrada aos mais novos, A Jornada de Vivo não fica devendo no roteiro. A estrutura básica é funcional e os personagens são fundamentais para o envolvimento. Gabi é a sidekick humana que cumpre aquele papel padrão de trazer o humor e a agitação para a trama, junto com ela vêm as escoteiras que chegam como antagonistas, mas deixam o posto quando ameaças mais graves se apresentam.
As canções de Miranda são marcadas e não deixam de demonstrar a assinatura do compositor estadunidense de origem porto-riquenha, conhecido pela mistura dos ritmos latinos e o rap. Quem conhece a produção pode pensar nessa união de Andrés e Vivo como a presença em tela daquilo que seria a origem da sua música: uma mistura de guajira, timba, rumba, salsa, merengue, mambo, bolero, guaracha, bomba com rap, soul e rhythm & blues. Aquilo que Gabi, numa modernidade geração Z viria para confirmar.
A Jornada de Vivo tem tudo para conquistar, apesar do começo pesado demais — ainda que esse começo seja um problema muito maior para os mais velhos do que para os novos — e de uma certa irregularidade no transcorrer da trama. São boas canções, números musicais divertidos, uma ótima sequência de tensão, um belo visual e uma mensagem de amizade que vale. Além disso, há a música. Esta nunca morre, é eterna.
Um grande momento
“Você é o Vivo?”