- Gênero: Policial
- Direção: Sang-Yong Lee
- Roteiro: Sang-Yong Lee, Young-Jong Lee, Ma Dong-Seok, Min Seong-Kim
- Elenco: Ma Dong-Seok, Sukku Son, Gwi-Hwa Choi, Ji-Hwan Park, Heo Dong-Won, Ha-Jun, Park Ji-Young
- Duração: 102 minutos
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Maior bilheteria do cinema sul-coreano em 2022, Força Bruta chega aos cinemas em um mês especial para o país, onde também desembarcaram A Maldição: Despertar dos Mortos e Ligação Explosiva. A invasão não é à toa, em um momento que foi concretizado com o hit Parasita, que dispensa comentários. Antes, nomes como Park Chan-Wook, Hong Sang-Soo e Lee Chang-Dong já estavam em alta no Brasil e no mundo. O diferencial é agora o país receber também os títulos populares, para rodar nos grandes multiplexes. Essa produção, por tudo que já fez em seu país de origem, chega aqui com essas credenciais, a de comunicação com qualquer espectador, tarefa hoje fácil de alcançar. Nem salta aos olhos tratar-se de uma continuação, tão fluidos que o ritmo e a narrativa são.
Digo isso porque o filme é uma descarga de diversão e adrenalina, que não abre mão de uma construção saudável de dramaturgia porque sua lógica é doidivanas. Mesmo sabendo que sua vocação é a do entretenimento direto, Força Bruta não força uma chave incoerente com seus próprios propósitos, como fazem os outros citados que estreiam esse mês. Aqui, a ideia de um grupo de policiais que não age pelas regras habituais não tira do filme uma visão organizacional para com seus próprios códigos. É despirocado sim, mas sem jamais avançar por um terreno de construção irreal, cinematograficamente falando. Parece complexo e arbitrário, mas sim, você pode realizar um filme absolutamente absurdo e ainda assim seguir uma lógica, que será sempre própria de cada produção.
Esse é o segundo trabalho na direção de Sang-Yong Lee, que esteve presente na primeira parte e já está trabalhando na continuação dele, a tarceira. Com alguns trabalhos de produção anteriores, o cineasta tem domínio absoluto sobre o que quer contar, e como isso será realizado. Força Bruta é um trabalho típico de ação tresloucada, que notabilizaram astros como Jackie Chan e Jet Li, mas que aqui não tem necessariamente uma coreografia multi elaborada como a desses ícones. Trata-se de um filme que mistura ação de rua, com perseguições de carro alucinantes, com as tais cenas de pancadaria, essas sim bem ousadas. A cereja do bolo é algo parecido com comédia que é inserido na receita; não é exatamente uma ideia de comicidade tradicional nem para esse tipo de produção, é algo ainda mais sutil e pontual.
Protagonizado por Ma Dong-Seok, que brilhou em Eternos e Invasão Zumbi, o filme parece complexo, a princípio, mas na verdade é uma chanchada de sangue e velocidade. Sem querer, uma dupla de policiais de férias acaba esbarrando nos planos de um serial killer que sequestra e mata jovens sul-coreanos, após pedido de resgate. O que eles não sabiam não era que somente o assassino era tão difícil de capturar, como tem uma predileção por crimes banhados a hemoglobina na base do litro. Toda a equipe de vilões do filme utiliza facas e machadinhas para seus feitos; o resultado é um espetáculo original, onde golpes de luta disputam espaço com hábeis mutiladores, que não exitam em decepar ou rasgar o adversário em luta.
Força Bruta tem montagem frenética, e abusa do direito de jorrar sangue na tela, sem parecer algo cartunesco, como os filmes de Quentin Tarantino. Ainda que exista um exagero em cena, ainda é algo com algum pé no possível, o que cria na produção essa estranheza gostosa de estar de frente para uma iguaria cheia de contrastes. À medida que o filme vai se mostrando cada vez mais simples dramaticamente, as cenas começam a elaborar-se mais, como no momento em que a câmera se transforma em um vaso de planta, que explode na cabeça do vilão. Não é nada excessivamente rebuscado, mas feito sob medida para que possamos ir além de assistir a um passatempo. Está tudo no lugar para justificar o sucesso merecido dessa surpresa do circuito.
Um grande momento
O primeiro encontro entre Ma e Kang