(Tony Manero, CHL/BRA, 2008)
Drama
Direção: Pablo Larrain
Elenco: Alfredo Castro, Paola Lattus, Héctor Morales, Amparo Noguera, Elsa Poblete
Roteiro: Alfredo Castro, Mateo Iribarren, Pablo Larrain
Duração: 97 min.
Minha nota: 6/10
Para falar a verdade, parece que nós nunca estamos suficientemente prontos para a dureza de Tony Manero. Ou por sua violência, ou por sua denúncia, ou mesmo por seu visual cansativamente caseiro.
Ambientado no Chile reprimido do general Augusto Pinochet, sob forte censura e a realidade do abandono da cultura própria para adotar a alheia, no caso, estadunidense (os brasileiros conhecem período semelhante), o filme traz à tona todo o massacre cultural, social e financeiro de um povo.
Raúl Peralta já passou dos 40 anos há algum tempo e, fascinado pelo filme que assiste sem parar em um cinema decadente e vazio, quer se tornar o Tony Manero do Chile. Sr. Manero é o personagem de John Travolta no filme Embalos de Sábado à Noite, onde ele dança ao som de músicas da discoteca e dos Bee Gees.
A dedicação de Raúl a seu sonho ultrapassa todos os limites da normalidade mas, mesmo assim ele é venerado por todos aqueles que vivem com ele em uma pensão humilde, que, por acaso, é também o bar mais frequentado do lugar e o palco de suas apresentações.
Não existe nada naquela figura que conquiste ou amenize suas atitudes. O protagonista execrável representa e traduz os anos deste país sob a ditadura de um militar ensandecido e é aí que o filme ganha muitos de seus pontos, mas também é onde perde o seu público.
É difícil entrar numa sala e dar de cara com um problema assim tão exposto. Pior ainda se aquele que está mais próximo do espectador só consegue despertar repulsa.
Tecnicamente, o filme é muito bom em sua reconstrução de época e na fotografia movimentada e adequada aos tipos de cena. Alfredo Castro também consegue construir o seu personagem com uma precisão impressionante.
A estética caseira demais incomoda em alguns momentos, mas nada com que não estejamos nos acostumando com a proliferação das filmagens digitais e os contratempos de luz.
Bizarro, vale muito pela abordagem e pelo contexto. Daqueles que têm que ser vistos, muito bem mastigados e engolidos devagar. Mas já vai um aviso, a digestão não vai ser das mais fáceis.
Um Grande Momento
O momento olhos azuis.
Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)
Festival de Havana: Ator (Alfredo Castro), Grande Coral
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Oi, gente!
Pedro – É um filme bem diferente do que estamos acostumados a ver, mas é bem interessante mesmo.
Louis – E as atitudes daquele ditador eram justificadas? Eu transferi tudo para aquele microcosmo que rodeava e de certo modo idolatrava um falso Tony Manero.
Ibertson – É bem curioso. Acho que quem gosta de cinema alternativo, é uma boa pedida.
Vinícius – Por que receio? Eu sempre arrisco filmes assim, às vezes dá certo, outras não… Hehehe
Beijocas
Confesso que não tinha ouvido falar desse filme ainda, mas o argumento parece ser super interessante. Tenho um pouco de receio em relação a longas como esse, mas se tiver oportunidade sem dúvida verei.
Conheci esse filme lendo uma crítica dele na Revista SET, bem favorável por sinal. Fiquei bastante interessado em assisti-lo. Vou tentar ver.
Beijo!
Não consegui gostar desse filme. Fui ver de coração aberto, animado pela sinopse que parecia ser super interessante. Acabou se revelando bem chatinho e certas atitudes do personagem jamais são justificadas como deveria.
Beijo!
Parece ser bem interessante.
http://cinema-o-rama.blogspot.com