Crítica | Streaming e VoD

A Fera

(Beastly, EUA, 2011)

Fantasia
Direção: Daniel Barnz
Elenco: Alex Pettyfer, Vanessa Hudgens, Justin Bradley, Mary-Kate Olsen, Dakota Johnson, Peter Krause, LisaGay Hamilton, Neil Patrick Harris
Roteiro: Alex Flinn (roteiro), Daniel Barnz
Duração: 86 min.
Nota: 1 ★☆☆☆☆☆☆☆☆☆

Baseado em um livro da escritora Alex Finn, um dos grandes nomes da nem sempre proveitosa literatura para jovens adultos, A Fera é uma versão modernizada do conto de fadas A Bela e a Fera. Ambientada na Nova York dos dias atuais, a história chega às telas em um momento onde adolescentes lotam salas de cinema para assistir a vampiros brilhando no sol e lobisomens sem camisa. Seria o casamento perfeito: a adaptação de um conto de sucesso reconhecido e uma história que, por ser tão voltada para jovens adultos, permita inserções a la Saga Crepúsculo. Seria, porque a coisa desanda de uma maneira que é impossível aproveitar alguma coisa do que acabou de ser visto.

Ao assumir que uma história conhecida por todos, perfeitamente assimilada, seja uma fonte certa de sucesso financeiro, os produtores se esquecem do vínculo afetivo que as pessoas têm com a obra e o quanto este vínculo é profundo. A chance de acertar refilmando, ou pior, modificando uma obra é minúsculo. E talvez só mesmo uma lembrança dessas novas franquias adolescentes fosse capaz de salvá-lo, mas não acontece.

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O roteiro frouxo, assinado por Daniel Barnz (A Menina no País das Maravilhas) é, recheado de personagens unidimensionais e reviravoltas nada convincentes. Além do livro de Finn, parece que a outra grande fonte de inspiração foi o desenho animado da Disney, o que faz com que a tentativa de transferir a história para um “mundo real, com pessoas reais” resulte numa grande bagunça.

O elenco também não ajuda muito. O cara mais popular da escola, que despreza todo mundo e considera a beleza exterior a coisa mais importante do mundo, é vivido por Alex Pettyfer (Eu Sou o Número Quatro). Ele é bonitão, mas sua interpretação é completamente rasa. A Bela é vivida pela simpática Vanessa Hudgens (High School Musical 3, mas não exige dela muito mais do que já estamos acostumados a ver em outros filmes da moça. A versão humana da Madame Samovar é vivida por LisaGay Hamilton (O Solista) e a de Lumiére por Neil Patrick Harris (Tropas Estrelares), ambos bem desconfortáveis nos papéis. Nem Mary-Kate Olsen (Doidão), com sua feiticeira, consegue fazer alguma coisa.

Tecnicamente, ainda podemos falar mal da cara de telefilme e da tentativa constante de mudá-la, seja com enquadramentos esquisitos ou movimentos de câmera inadequados. E da transformação que com tatuagens, piercings, cicatrizes e uma maquiagem muito mixuruca tenta criar o monstro do título. Quanto à história, há tanta coisa errada e mal posicionada, como os dois pais da história e ou os diálogos rasteiros e pouco interessantes, que permanecer assistindo a fita é mais uma tortura do que qualquer outra coisa.

Daquelas experiências que ninguém precisa ter.

Um Grande Momento:
Nenhum.

A-Fera_poster

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=QqSgrK8lLl0[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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