Drama
Direção: Karen Leigh Hopkins
Elenco: Katie Holmes, James Badge Dale, Callan Mulvey, Jean Smart, Mary Kay Place, Ava Kolker, Stephen Bishop, Kate Linder
Roteiro: Karen Leigh Hopkins
Duração: 88 min.
Nota: 3
Em uma ambientação nostálgica que faz questão de ressaltar o artificial, o longa-metragem A Justiceira, dirigido por Karen Leigh Hopkins, quer encontrar no contraponto extremo da violência o seu interesse.
A mulher que caminha pelas ruas enquanto sapateia e lê poesias é exposta a situações absurdas que justificariam os seus atos. Se a quebra do idílico é interessante e funcional, a questão ética por trás do delírio da autora e da própria representação complica bastante a experiência.
Miss Meadows (nome original do filme) é apresentada como aquela mulher que cumpre bem seu papel decorativo para a sociedade e tem os dotes específicos para “atividades femininas”, como cuidar de crianças, cozinhar ou preparar o enxoval. Determiná-la visualmente como alguém fora de seu tempo é um acerto, assim como a quebra da imagem, que alcança, inclusive, a tida como sacra maternidade.
Porém, Leigh Hopkins, que também assina o roteiro, afasta sua personagem – ela quase não interage com outras mulheres – e cria um espaço de inadequação mental que contraria qualquer intenção de fabular o real e cotidiano.
Além disso, o filme não consegue se encontrar no ritmo e o roteiro traz situações infelizes, como a última ligação à mãe ou a cobrança do futuro marido, e personagens inseguros, como o forasteiro e sua transformação pertinente apenas para que ações futuras possam existir. Isso sem falar nos flashbacks.
A Justiceira é um filme que até encontra um caminho interessante a seguir, mas não consegue percorrê-lo de maneira contagiante. Agrada com o visual, mas não tem um conteúdo condizente com isso.
Miss Meadows é vivida por Katie Holmes, atriz que cabe bem, principalmente ao lado doce e meigo da protagonista, mas não tem muito mais a fazer com aquilo que tem nas mãos.
Um Grande Momento:
Nada tanto assim.
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