Crítica | Streaming e VoD

Anaconda

(Anaconda, EUA/BRA/PER, 1997)

Horror
Direção: Luis Llosa
Elenco: Jennifer Lopez, Ice Cube, Jon Voight, Eric Stoltz, Jonathan Hyde, Owen Wilson, Kari Wuhrer, Vincent Castellanos, Danny Trejo
Roteiro: Hans Bauer, Jim Cash, Jack Epps Jr.
Duração: 89 min.
Nota: 2 ★★☆☆☆☆☆☆☆☆

Zapear pelos canais de TV é uma atividade bastante divertida pelas surpresas que encontramos pelo caminho. Às vezes está passando aquele filme que te emocionou tanto que você não consegue não assistir de novo; às vezes é aquele filme inédito que você sempre quis ver, mas nunca conseguiu achar; às vezes é só alguma coisa que nunca viu ou ou ouvir falar, e, às vezes, é aquele filme horroroso que você viu há muito tempo e fica curioso para saber porque era tão horroroso assim, ou só mesmo atende àquele conhecido masoquismo que só filmes realmente ruins conseguem provocar.

Dia desses, o filme era Anaconda. Bobagem feita em 1997, com uma Jennifer Lopez menos conhecida, um Ice Cube tentando atuar, um Owen Wilson em início de carreira, um Jon Voight na pele de um dos vilões mais caricatos do cinema e o bicho gigante (e mal feito) que dava nome ao filme.

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A história é a seguinte: uma equipe da National Geographic vem gravar um documentário na Amazônia e acaba refém de um caçador maluco, que quer encontrar a maior e mais violenta cobra do mundo, a anaconda, mais conhecida por aqui como sucuri.

Com trechos filmados no Brasil e no Peru, em plena floresta amazônica, Anaconda queria ser um filme de horror e aventura, mas tem tantos exageros e uma história tão mal amarrada que mais faz rir do que qualquer outra coisa.

A equipe abobalhada que cai em todos os contos do guia esquisito, justificativas tortas para a motivação da caçada, personagens que mudam de lado de uma hora para a outra e uma cobra gigante que não para de berrar são alguns dos momentos de diversão garantida.

Outro é Jon Voight. O ator americano está inacreditavelmente exagerado. Com os olhos apertados e balançadinhas de cabeça, tenta demonstrar que é mal intencionado, e com ataques de fúria aleatórios, onde parece um daqueles adolescentes que gosta de brigar na balada, o quanto é perigoso. É difícil não rir.

Sem falar nas viradas do roteiro, forçadas além do limite do aceitável. E na solução mais estapafúrdia para o conflito gerado com o caçador, Jennifer Lopez vai seduzi-lo. Mais machista, impossível.

Logicamente que, com uma produção invocada, com um elenco razoável – embora a maioria ainda fosse iniciante – e com a vontade real de fazer um filme assustador sobre as lendas da anaconda, o peruano Luis Llosa não esperava criar um dos clássicos desse cinema que a gente assiste por masoquismo, mesmo que por algumas vezes fique a dúvida se a intenção do diretor era caçoar da história que estava contando.

Fraco, atrapalhado e exagerado, Anaconda é tão ruim, mas tão ruim, que a gente não consegue parar de assistir. Longe de causar medo, provoca boas risadas.

Um Grande Momento:
Toda a afetação de John Voight, mais canastrão do que nunca, é um espetáculo à parte.

Anaconda_poster

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zXzL224UKBc[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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