Crítica | FestivalMostra SP

Ardennes

(D’Ardennen, BEL, 2015)

Drama
Direção: Robin Pront
Elenco: Jeroen Perceval, Kevin Janssens, Veerle Baetens, Jan Bijvoet, Sam Louwyck, Eric Godon, Viviane de Muynck
Roteiro: Robin Pront, Jeroen Perceval
Duração: 93 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Seguindo uma estrutura bem tradicional de thriller, Ardennes conta uma história bastante conhecida: dois irmãos que por algum motivo se separam e a mulher que estava envolvida com um deles, em sua ausência, envolve-se com o outro.

No caso, os irmão são Dave e Kenneth. Criados nas Ardenas, região entre a Bélgica e Luxemburgo, os dois vivem hoje na cidade. Kenneth é pego pela polícia em uma invasão planejada por eles e a namorada, e é preso.

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Em sua estreia na direção de longas-metragens, Robin Pront (Injury Time) faz um bom trabalho na criação do clima sombrio e tenso que domina o filme, apesar de muitas vezes se perder na tentativa de criar quadros mais interessantes, o que deixa no filme uma sensação de experimentação. A percepção só deixa de existir quando Ardennes chega em sua terceira parte, mais frenética e hipnotizante.

O roteiro, escrito pelo próprio diretor e por Jeroen Perceval (Bullhead), que também vive o irmão mais novo, Dave, consegue progredir bem, contrapondo a personalidade dos dois irmãos e desenvolvendo suficientemente a tensão principal.

Apesar de alguns excessos de Kevin Janssens como o irmão mais velho, um personagem bastante desequilibrado emocionalmente, o filme conta com boas atuações de Perceval; Veerle Baetens (Alabama Monroe), como a namorada Sylvie, e a dupla Jan Bijvoet (O Abraço da Serpente) e Sam Louwyck (As Maravilhas) como os dois amigos malucos de Kenneth.

Mas é estranho ver um título onde tanta coisa pareça tão familiar. De personagens ao desenvolvimento da trama, ou de atuações a uso de claro e escuro, tudo já foi muitas vezes visto antes. Não que comprometa completamente o resultado final, mas o diminui de certa maneira.

Ainda assim, é uma experiência interessante que, pesada e triste, deixa um gosto amargo na boca e um nó no estômago após sua conclusão.

Um Grande Momento:
Nas Ardenas.

Ardennes

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0c3-6qMpTho[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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