(Nichts passiert, CHE, 2015)
Direção: Micha Lewinsky
Elenco: Devid Striesow, Beat Marti, Maren Eggert, Annina Walt, Max Hubacher, Stéphane Maeder, Oriana Schrage, Lotte Becker
Roteiro: Micha Lewinsky
Duração: 94 min.
Nota: 7
Péssimas escolhas fundamentadas no medo e em determinações sociais equivocadas tem o potencial de destruir a vida de qualquer pessoa, mesmo que ela esteja tentando se tornar uma pessoa melhor. Um Homem Decente é um filme difícil, que ganha forças justamente na alternância de sentimentos que causa em quem o assiste.
Thomas é um homem pacato, acuado, que teve um passado problemático com bebida e aproveita uma temporada com a família em um campo de ski para refletir sobre seus erros e transformar a sua vida, recuperando o casamento e tudo o que deixou para trás.
Junto com a família, Thomas leva para o local a filha de seu chefe, Sarah, que está passando por maus momentos após o casamento do pai. Vivendo uma situação de inadequação, pelo ciúme da filha com a presença da estranha e o distanciamento da mulher, percebe-se em cada movimento do homem uma tentativa para reverter a situação.
Tudo isso faz com que o espectador do filme se afeiçoe por aquela figura e torça por ela em cada um desses atos, inclusive logo depois de um acontecimento grave alterar muito a situação. Porém, o longa-metragem suíço dirigido por Micha Lewinsky (Little Girl Blue) vai tomando um caminho perigoso com uma sucessão de ações antiéticas, temperadas pelo medo e os preconceitos falados acima.
É muito estranho como a relação construída até ali vai sendo propositalmente destruída e cause um sentimento tão controverso em quem acompanha a história. A percepção da manipulação mistura-se com a confusão entre a pena e o asco, o que transforma o filme em algo muito interessante, apesar de igualmente perturbador.
Mais apoiado em um roteiro calculado, que constrói um personagem de caráter fraco em todos os sentidos possíveis, o longa ganha muito de seu fôlego com a atuação de Devid Striesow (Os Falsários), que entende toda a insegurança e covardia que precisa entregar ao papel.
Um filme para pensar.
Um Grande Momento:
O descabido pedido de desculpas forçado.
Links
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