Suspense
Direção: Kenneth Branagh
Elenco: Kenneth Branagh, Daisy Ridley, Leslie Odom Jr., Manuel Garcia-Rulfo, Penélope Cruz, Josh Gad, Johnny Depp, Derek Jacobi, Marwan Kenzari, Michelle Pfeiffer, Judi Dench, Olivia Colman, Willem Dafoe, Phil Dunster, Miranda Raison
Roteiro: Agatha Christie (romance), Michael Green
Duração: 114 min.
Nota: 5
Agatha Christie é presença constante na formação de futuros amantes do romance de suspense. Autora mais vendida da história, muitas de suas obras tiveram adaptações para o cinema e televisão. Assassinato no Expresso Oriente, em cartaz nos cinemas, é a última delas. Dirigido por Kenneth Branagh, o longa-metragem conta com elenco cheio de estrelas e aposta alto nas ambientação e caracterização.
Tudo está muito bem distribuído no filme de Branagh, que se saía melhor na direção em trabalhos mais modestos ou adaptações de Shakespeare, com Voltar a Morrer ou Henrique V. O que se vê remete, de fato, ao clima da obra da escritora britânica, assim como os personagens, à medida que vão surgindo na trama, mas o distanciamento é evidente com o passar do tempo.
A superficialidade com que se tenta resolver o grande número de personagens, deixando de lado a ironia do texto original, somada a um certo estranhamento na composição do investigador Hercule Poirot, vivido pelo próprio diretor, vão tornando o filme cansativo. As diversas entrevistas individuais com os suspeitos do crime vão acontecendo de modo arrastado, sem que haja esse cuidado de criar algum vínculo com o espectador. Nem mesmo as boas atuações, com destaque para a de Michelle Pfeiffer, despertam o interesse.
Mesmo tendo um material tão rico como base, falta a sensibilidade ao roteirista Michael Green, conhecido por Logan e Blade Runner 2049, para trabalhar as individualidades e construir o suspense.
O visual bonito e um interessante trabalho no desenho de produção, assinada pelo competente Jim Clay, acabam sendo o que o filme tem de melhor. O vínculo prévio com o livro de Christie funciona irregularmente, ora despertando alguma nostalgia e interesse, ora despertando aquela inevitável comparação entre os dois materiais.
Assim, Assassinato no Expresso Oriente se enfeita demais, mas deixa clara a falta de preocupação com o conteúdo, confiando excessivamente na qualidade da obra original para funcionar. É uma pena.
Um Grande Momento:
Michelle Pfeiffer.
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