- Gênero: Terror
- Direção: Tsai Chia-ying
- Roteiro: Zou Wan-Zhen
- Elenco: Jasper Liu, Angela Yuen, Tsao Yu-Ning, Spark Chen, Chen Hsiao-hsuan, Wu Kun-Da, Chu Yi-tai
- Duração: 88 minutos
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No coração das montanhas, um laço de amor se transforma em prisão temporal. Chia Ming e Yu Hsin partem para uma trilha normal onde ele decide pedi-la em casamento. Porém, não contava que o local fosse amaldiçoado. O longa é uma livre adaptação de uma famosa lenda urbana taiwanesa da atualidade: o gremlin da montanha, que, vestindo capa amarela e chapéu de bambu, persegue, enlouquece e leva suas vítimas à morte. Agora, Chia Ming terá reviver a morte da amada repetidas vezes, preso num loop temporal que parece alimentar uma força ancestral.
Apesar de trazer um mito tão específico, Haunted Mountains não se afasta do que já conhecemos sobre terror. A repetição de jump scares, a nostalgia pelo sobrenatural e o uso do cenário montanhoso trazem uma familiaridade que dificilmente surpreende. O filme revisita normas conhecidos de gênero, como o amor que dá lugar ao peso do luto, o loop temporal como punição, o espírito vingativo, e não ousa reinventar a forma.
A narrativa tenta costurar uma fábula emocional, onde o que começa como amor termina em luto perene. Em sua repetição, o filme sugere que alguns traumas não podem ser apagados. É um recurso poético — e por vezes angustiante —, mas que funciona apenas como variação do déjà-vu genérico, sem subverter o que já se viu em tantos outros filmes.
Visualmente, Haunted Mountains se alinha ao horror folclórico clássico, com neblina espessa, silhuetas invertidas e silêncios pesados. A criatura amarelada surge e some, evocando a imagens familiares, mas falta consistência na construção da tensão visual. O loop temporal perde impacto quando não há novos ruídos, e o ritmo, por sua vez, cansa. Por mais belas que sejam as composições, a repetição vira eco.
Mesmo com uma lenda de tantas possibilidades, o longa não consegue dialogar com outras dimensões além do medo. Ele fala sobre amor e trauma que beiram a obsessão, mas se esquece que o terror pode nascer também da resistência. Embora fragmentos emocionais surjam, eles logo se dissolvem no convencional.
Como uma história contada sem empolgação, Haunted Mountains: The Yellow Taboo não inventa, recicla. Ainda que busque seus mitos e explore a dor do amor interrompido, o filme se acomoda no repertório batido e bastante trilhado do gênero. O cenário fantástico está ali, mas quem vive o loop não foge dele, nem mesmo o próprio filme. Que repete, muitas vezes, o que já fora repetido outras tantas antes dele.
Um grande momento
A primeira aparição do gremlin


