Suspense
Direção: Edward Norton
Elenco: Edward Norton, Gugu Mbatha-Raw, Alec Baldwin, Bobby Cannavale, Willem Dafoe, Bruce Willis, Ethan Suplee, Cherry Jones, Dallas Roberts
Roteiro: Jonathan Lethem (livro), Edward Norton
Duração: 144 min.
Nota: 5
Os acordes musicais e a narração em off direcionam o espectador para uma nostalgia interessante. Estamos diante de um novo noir? A sensação dura pouco momentos. Da tradição dos antigos policiais de Hollywood fica a música, mas uma narrativa menos elaborada toma conta da tela para contar a história de um investigador com síndrome de Tourette que precisa desvendar o assassinato de seu chefe.
Dirigido, roteirizado, produzido e atuado por Edward Norton, Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe é um filme que não vai muito além da aparência. Se tem uma boa reconstituição de época, com competentes cenários e figurinos, é carente de coesão e objetivo. Encantado com seu personagem, Norton dedica tempo demais a ele e esquece-se da trama principal.
Demora-se tempo demais até que se chegue até algum lugar realmente interessante e interferências pouco orgânicas não ajudam nem mesmo estes momentos. Para complicar ainda mais, a resolução tem um desfecho em uma velocidade completamente diversa daquela que começou o filme, como se não houvesse mais tempo hábil para resolver tudo.
E havia história a ser desenvolvida ali, principalmente pelos poderosos que engolem vidas e as descartam sem nenhum peso na consciência, como faz o personagem de Alec Baldwin, Moses Randolph; ou os tentáculos da corrupção que se alastram por toda a cidade, alcançando até aqueles que estão ao nosso lado.
Era possível ainda falar da cidade em si, de guetos, preconceitos, condições sociais, poderes constituídos e um monte de outras coisas, como a própria linha investigativa, tão rica, mas achou-se melhor passar por essas coisas correndo e frisar os cacoetes do protagonista.
Bonito de ver e com boas atuações, Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe está, talvez, num dos mais incômodos lugares que um filme pode estar: poderia ter sido mais do que foi. Não ofende, mas também não chega em lugar nenhum. Se tivesse seguido aquilo que insinuou no começo do caminho, assumindo uma homenagem cinéfila, talvez chegasse mais longe.
Um Grande Momento:
Nada tanto assim.
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