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A resistência de Sara Silveira na Berlinale 2020

“Nós somos totalmente tolhidos e freados por um governo que não entende, talvez porque lhe falta inteligência para prosseguir.” Com essas palavras, Sara Silveira a produtora do filme Todos os Mortos, representante do Brasil na competitiva da Berlinale 2020, denunciou o momento pelo qual passa o país.

Em coletiva, Sara falou sobre o trabalho com Marcos Dutra, Caetano Gotardo e Juliana Dutra (diretores e montadora de Todos os Mortos), com quem tem trabalhado há anos e destacou a vontade dos três em encontrar um caminho para tratar as questões sociais em seus filmes. “Hoje, com dificuldades enormes, com um governo de extrema direita que ataca nossa cultura, nossa educação e nosso audiovisual”, completou. Segundo explicou, a produção do filme empregou, direta e indiretamente, 700 pessoas.

Quando disse o quanto o governo tolhe a produção fez questão de destacar que a indústria brasileira de cinema tinha, até o ano passado, 500 mil pessoas trabalhando e questionou: “Se são tão neoliberais, por que não entendem que nós proporcionamos emprego e ideias, diversidade e, sobretudo, resistência?”

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“Eles terão que ouvir e ver meus filmes, porque estarei sempre lutando e mostrando para eles. É difícil nos calar, com a força que a gente tem. E vou dizer uma coisa para o Brasil e para o mundo: eu não preciso de armas, eu preciso de força, de amor, de coragem e de momentos heroicos para suportar o que nós estamos vivendo. Mas aguardem, nós vamos resistir! Nós vamos vencer! Nós, todas as raças, todos os gêneros, artistas, estamos juntos, todos estamos aqui gritando por liberdade, democracia, contra a censura. RESISTÊNCIA!”

Sara Silveira

Redação

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