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Todas as Canções de Amor

(Todas as Canções de Amor, BRA, 2018)
Romance
Direção: Joana Mariani
Elenco: Julio Andrade, Marina Ruy Barbosa, Bruno Gagliasso, Luiza Mariani
Roteiro: Nina Crintzs, Vera Egito, Roberto Vitorino
Duração: 90 min.
Nota: 4 ★★★★☆☆☆☆☆☆

Para quem gosta, é muito difícil que filmes recheados de músicas e nelas baseados não agradem. A conexão musical costuma fazer com que as coisas sejam facilitadas. No caso de canções que tenham marcado seu tempo, então… é como ter tudo o que se precisa para chamar a atenção num mesmo lugar. Confiando nisso, Todas as Canções de Amor chega agora nas cinemas, mas contraria a regra.

Um casal recém-casado se muda para um apartamento e lá encontra um antigo aparelho de som e uma mixtape com o nome Todas as Canções de Amor. Aficionada pela história por trás da fita, Ana resolve escrevê-la.

Dirigido por Joana Mariani, o filme aposta em duas linhas temporais que se cruzam. As histórias acontecem no mesmo apartamento e, claro, são embaladas pelas mesmas músicas, ouvidas em paralelo. Daniel e Clarisse são o casal em crise do começo dos anos 1990, e Ana e Chico o casal apaixonado dos dias atuais.

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As tentativas de criar uma trajetória ou um ciclo comum para as histórias de amor até ameaça funcionar, mas vai perdendo a força a medida em que as cenas passam. Mesmo que pouco se possa falar sobre a seleção musical, que traz alguns dos maiores clássicos de fossa modernos, o modo como eles são aproveitados não é suficiente para criar o envolvimento.

Além de uma insistente tentativa de criar um plano impressionante, o filme tem problemas sérios de roteiro. Chico e Ana são um casal sem atrativos, alguma coisa entre um comercial de margarina e um núcleo afastado de novela ruim. Seus diálogos são rasos e bobos, e as tentativas de desenvolvimento dos dois personagens não funcionam.

No outro lado, Daniel e Clarisse estão mais próximos de um casal crível. Embora tenham diálogos também rasos, a química entre os dois atores, as atuações em si, e uma atenção maior ao desenvolvimento fazem a diferença. O desequilíbrio entre as duas histórias complica mais as coisas, fazendo com que se torça para que um lado da história apareça cada vez menos, o que não acontece.

No final das contas, Todas as Canções de Amor é um filme clichê, desses que fica no meio do caminho, não ofendendo, mas também não agradando. Deixa as músicas, ao menos, todas indicadíssimas para dores de amores fracassados.

Um Grande Momento:
“E eu me sinto enfeitiçada…”

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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