- Gênero: Comédia
- Direção: Marc Rothemund
- Roteiro: Hans G. Raeth, Felix Starck
- Elenco: Heiner Lauterbach, Jürgen Vogel, Hilmi Sözer, Janina Uhse, Lisa-Marie Koroll, Lara Aylin Winkler, Lisa Maria Potthoff, Marie-Lou Sellem, Inka Friedrich, Jacob Matschenz, Andreas Pietschmann, Junis Marlon, Natalia Avelon
- Duração: 91 minutos
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A filhinha do papai. Ainda que num padrão bem antigo e heteronormativo, a figura do pai superprotetor que quer resguardar a filha do cara mal que ele considera inadequado é uma realidade nesse nosso mundo patriarcal ainda hoje. E eis que está ali representada em É Para Seu Próprio Bem, três vezes. A comédia alemã quer tirar sarro dessa postura equivocada arranca algumas gargalhadas, e assume sua postura de filme masculino, onde os sentimentos são próprios e a limitação é natural de séculos de condicionamento.
Em cartaz no Telecine, o filme tem a trama antecipada nos créditos: três histórias paralelas que unem pais (e cunhados) de uma mesma família com um objetivo em comum. Seja o cara com a ideologia contrária, o que escancarou que a infância acabou ou o amigo de infância, todos os “rivais” são motivo para que se conheça os personagens e isso talvez seja o mais interessante no roteiro hiper masculino de Hans G. Raeth e Felix Starck. Arthur, o arrogante, não precisa ouvir e é o dono da verdade; Bernhard, o esquentadinho brigão, é aquele que quer saber sobre as gostosas; Yussuf, o certinho, não consegue nunca se posicionar.
Personalidades expostas e transformações a caminho, o filme entrega-se ao humor, com as tentativas dos três patetas e suas ideias, uma mais absurda do que a outra, de se livrarem dos namorados das filhas. Abordagens mascaradas, discussões no reservado da escola e confusão com cabelos pintados acabam fazendo a gente rir com os autodenominados super-cunhados. Assim como o rabo entre as pernas após cada fracasso ou cada repreensão sofrida em casa pelas esposas. Há, inclusive, um desequilíbrio aqui. Embora o diretor Marc Rothemund tente manter um equilíbrio entre todos os casais, a dinâmica entre Bernhard e Heike, vividos por Jürgen Vogel (A Onda) e Lisa Maria Potthoff (Sarah Kohr), é muito perfeita.
Essa desigualdade já não se percebe tanto quando os personagens principais estão em cena. A química do trio Vogel, Lauterbach (Homens) e Hilmi Sözer (Blackout) é boa e segura o filme, que tem lá os seus problemas de ritmo. Há vários momentos de repetição, piadas batidas e espera injustificados que só se recuperam graças à habilidade e facilidade de parte do elenco com o humor. Porém, É Para Seu Próprio Bem é um programa divertido, que vai fácil e preenche aquele tempo vago em que pensar não faz parte dos planos. Se a intenção é rir, prepare a pipoca, ou o cupcake, e aperte o play.
Um grande momento
Casado com o Pablo Escobar