(Entre Nós, BRA, 2013)
Direção: Paulo Morelli
Elenco: Júlio Andrade, Caio Blat, Carolina Dieckmann, Martha Nowill, Maria Ribeiro, Lee Taylor, Paulo Vilhena
Roteiro: Paulo Morelli
Duração: 100 min.
Nota: 7
Não faltam no cinema filmes sobre a reunião de amigos que escondem esqueletos dentro do armário. Entre Nós é mais um desses filmes. Nele, um grupo de amigos que sonhava em ter sucesso com a literatura se reúne dez anos depois para desenterrar cartas enterradas quando ainda estavam começando na vida adulta.
De todos, apenas dois conseguiram alcançar o sucesso sonhado: Felipe como escritor e Cazé como crítico. Lúcia, Drica, Silvana e Gus seguiram rumos diversos e Rafa não conseguiu chegar até ali.
Bem fotografado por Gustavo Hadba (Faroeste Caboclo) e bem conduzido pelo diretor Paulo Morelli (Cidade dos Homens), o filme consegue criar uma aura de tensão e envolve com sua trama. Porém, uma tendência maniqueísta faz com que a experiência perca um pouco de sua força.
É muito fácil determinar personalidades comparando aquele que se arrisca par fazer o bem com aquele que se diverte com o sofrimento ao invés de interferir. E é justamente esta facilidade que diminui a força da criação. Ninguém é bom ou mau o tempo todo. Mesmo que o desenrolar da história tente trazer o personagem para um lado menos determinado, aquele escorregão na obviedade deixa uma marca que diminui a história.
A falta de crença na capacidade cognitiva do espectador ainda dá as caras mais uma vez, quando acredita que a determinação temporal tão bem estipulada no roteiro não é suficiente, e apela para uma explicitação mais óbvia do passar do tempo.
Mas são detalhes. Fora isso, não há nada que desmereça o longa-metragem. Competente na história e na concepção, Entre Nós consegue conquistar. É bom estar ali conhecendo aquelas pessoas e vendo o que aconteceu com elas com o passar dos anos.
O elenco está muito entregue ao seu trabalho. Júlio Andrade (Gonzada: De Pai pra Filho) se destaca no meio de rostos conhecidos. Maria Ribeiro (Tropa de Elite), Martha Nowill (Nome Próprio) e Lee Taylor (Riocorrente) estão bem e Carolina Dieckman (Onde Andará Dulce Veiga?) e Paulo Vilhena (As Melhores Coisas do Mundo) surpreendem.
Não é um filme que vai criar marcas, ou ficar muito tempo na cabeça do espectador após o final, mas cumpre bem o seu papel. Vale a pena conhecer.
Um Grande Momento:
“Vai embora da minha casa.”
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