Revolutionary Road, EUA/GBR, 2008
Direção: Sam Mendes
Elenco: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Michael Shannon, Kathy Bates, Richard Easton, David Harbour, Kathryn Hahn, Dylan Baker, Zoe Kazan
Roteiro: Richard Yates (romance), Justin Haythe
Duração: 119 min.
Minha nota: 8
Claro que esta é uma definição bem aquém da esperada por aqueles que freqüentam o blog mas, admitamos, perfeita. Na realidade e sem astrologia, as coisas vão mais além e alcançam o problema do ser humano em encarar e aceitar seu próprio fracasso, na dependência de uma relação sempre tão diferente da que tem, na dificuldade de comunicação e, principalmente, na insatisfação com a própria vida.
Mesmo com ares bonitinhos de começo, é nos primeiros momentos do filme que a platéia começa a se envolver com a complicada história do exteriomente lindo, mas internamente destruído casal Wheeler. Mesmo vendo que tudo é friamente calculado e organizado pelo diretor Sam Mendes, os conflitos da tela ganham proporção e invadem a vida daqueles que o assistem. Afinal de contas, histórias de fracassos e desilusões todos têm.
Além da maravilhosa direção de arte, de Kristi Zea e Debra Schutt, e do figurino de Albert Wolsky, que nos remetem aos anos 50, todas as brincadeiras de planos e luzes, do diretor e de seu fotógrafo, o sempre competentíssimo Roger Deakins (meu preferido em terras gringas atualmente), deixam o problema ainda mais à flor da pele.
O casal principal está muito bem. Leonardo DiCaprio mostra que finalmente amadureceu como ator e tem competência para levar papéis bem diferentes adiante, apesar de uma ou duas carinhas recorrentes. Kate Winslet, já premiada por este papel, está mais dona da situação do que nunca e consegue mudar de uma hora para outra, sem mencionar uma palavra. Vide a cena da dança.
A surpresa vem com a interpretação de Michael Shannon, que consegue desviar os olhares da dupla central enquanto se comporta como uma espécie de alterego do casal. Kathy Bates, não está tão bem como em seus primeiros trabalhos e mantém o trabalho mediano de seus últimos papéis.
Outra coisa que não pode deixar de ser mencionada é a maravilhosa trilha sonora de Thomas Newman, que além de ter aquela cara de filme do Sam Mendes, acaba funcionando como uma espécie de personagem e ainda marca o tempo.
Como em quase todos os filmes, este também tem os seus problemas. Algumas cenas são mais compridas do que deveriam e alguns enquadramentos só estão presentes porque são bonitos, mas não têm muito a representar na tela. Mas o resultado final é muito melhor do que pior.
Daqueles que vale muito a pena assistir, mas já sabendo que é um filme que não vai descer tão redondinho como a gente quer que desça. Uma experiência que nos faz pensar por horas, horas e mais horas.
Pessoas que, como eu, são piscianas e têm um histórico de relacionamento com alguns fracassos pode sentir ainda mais o filme.
Um Grande Momento
Contando para ela.
Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito):
Oscar: Ator Coadjuvante ( Michael Shanon), Direção de Arte (Kristi Zea, Debra Schutt), Figurino (Albert Wolsky)
BAFTA: Roteiro Adaptado, Atriz (Kate Winslet), Direção de Arte, Figurino
Globo de Ouro: Filme, Direção, Ator (Leonardi Dicaprio), Atriz (Kate Winslet)
Links:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=OdgExt1CF60[/youtube]
Oiee!!
Vinícius – Olha só que coisa incrível! Eu acho que gostei mais do filme do que a maioria das pessoas.
Não é um Beleza Americana, mas é quase para mim.
Pedrita – Hehehe. Espero que você goste!
Filipe – Eu adorei e, apesar das muitas críticas negativas, acho que é um grande filme.
Falou muita coisa para mim.
Wallace – Vamos ver o que você acha, né? Acho que comparações com Beleza Americana não são muito justas.
Tommy – Eu também não gosto de ler antes não, mas nem sempre consigo me segurar.
Espero que você tenha gostado do filme.
Kau – Eu achei o roteiro maravilhoso! Minha história de vida me fez ver tudo de uma maneira bem próxima, sabe?
Achei quase sensacional!
Ygor – Coitados. E olha que se livrar de Titanic não é uma das tarefas mais fáceis, né? Mas eu gostei bastante do filme.
Thayze – Perturbador é uma boa definição. Tudo é apresentado de uma maneira tão crua…
Wally – As críticas positivas a este filme estão meio raras. Eu, que já encarei situações parecidas mais de uma vez, senti o filme quase dentro de mim.
Beijocas a todos!
Que ótimo ler algo mais motivador quanto ao filme. É uma das críticas mais positivas que li entre os blogueiros. Não vejo a hora de poder assisti-lo!
Ciao!
… de fato, provoca pensamentos profundos acerca dos relacionamentos humanos!
perturbador!
To com esse filme quero ver essa semana ainda se possivel, creio que os dois Leonardo e Kate se livraram do estigma de Titanic podendo ate fazer um filme juntos sem grandes probremas.
te mais!!!
Cecília, eu não gostei nada do roteiro do filme, tampouco da direção de Mendes… minha nota foi bem mais baixa que a sua e, no geral, só me agradei com Kate, Kathy e Shannon.
Tem selo pra vc lá no Bit!!!
Beijos!
Resisti e não li ainda o texto: vou assistir hoje. Grande abraço e parabéns pelo blog mais uma vez.
Tommy
http://cinemagia.wordpress.com
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Pois é, gosto do Sam Mendes, apesar de ele não ter conseguido entregar outra obra-prima após Beleza Americana, e aguardo bastante esse Foi Apenas um Sonho.
Um dos grandes filmes do anos, não aguento a espera…
nossa, eu quero muito ver esse filme. eu sou muito fã dos dois. e que elenco. não é só um sonho, é o sonho hehe. beijos, pedrita
Sem dúvida o filme tem um ou dois aspectos interessantes, mas para mim ficou muito aquém de tudo aquilo que o Sam Mendes já realizou.