Especial

A seis filmando "A Dois"

Depois de toda a correria dos últimos dias e o sumiço daqui, volto com força total para comentar sobre os novos lançamentos no cinema. Mas antes acho que vale a pena contar para vocês a última saga e seus resultados.

O maior sonho de qualquer cinéfilo é fazer cinema. Independente de como ou de onde, no fundo todos buscam isso. E foi assim que eu passei o último mês. Depois de me preparar teoricamente, tive, junto com mais cinco amigos, duas semanas para planejar e filmar um curta que tivesse de três a cinco minutos.

O primeiro passo foi a escolha do roteiro. Entre os vários propostos, estava o meu: Jantar. Inspirado na personagem Mrs. Lonelyheart, do filme Janela Indiscreta, contava a história de uma mulher que inventava um marido para fugir da solidão.

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Depois de muita confusão pelos outros roteiros, o meu grupo terminou escolhendo o meu roteiro mesmo, mudando o nome e outras coisas. Para definir quem faria o quê, já que ninguém queria se estressar com a produção, fizemos um sorteio com nomes e funções em pedaços de papel.

Para meu azar, acabei com a tarefa mais indesejada, mas não tinha muito o que fazer mesmo. E lá fomos nós em uma longa jornada dias e noites adentro. Arte, fotografia, direção, desenho de som, linguagem de edição, Final Cut e muitas planilhas de gastos, compras e possíveis equipamentos, além de várias autorizações e um enorme livro de produção para preparar antes do dia marcado para a filmagem.

Os enquadramentos interessantes iam surgindo na mesma proporção que os problemas. Uma obra começou na véspera da gravação, impossibilitou o uso da locação e o único acordo possível era aproveitar o horário de almoço dos funcionários; a atriz não quis fazer a filmagem de noite e os equipamentos já estavam reservados; a nova locação foi escolhida de última hora e a arte teve que ser modificada de última hora e outras muitas coisas.

E claro que tudo ficou ainda mais tenso e agitado durante as filmagens. Era o tempo que passava voando, cabos que não funcionavam (todos os do som), a luz que não dava conta do recado e um curto circuito que acabou derrubando a energia de quase a casa toda e sem nenhum eletricista por perto.

Mas acabou no prazo e os outros problemas (como o limpa-parabrisa que resolveu parar de funcionar no meio de uma daquelas chuvas chatas de São Paulo) eram tão mais amenos que faziam até rir.

Aí veio a edição e tudo voltou a ficar tenso novamente. Foi uma semana de cortes, recortes e tentativas de melhorar o material bruto. E não é que o negócio virou mesmo um curta-metragem? A Dois (o título final), mesmo que sem uma grande história, tinha começo, meio e fim.

Como aluna, roteirista e produtora, eu posso dizer que o negócio ficou bem melhor do que eu esperava. Daquele jeito: não é nenhuma coisa linda, mas funciona e é a idéia na tela. Como crítica, tudo fica mais complicado e as coisas ruins começam a valer mais do que as outras, mas como a gente não pode criticar aquilo que faz, deixo para depois.

Só escrevo mesmo para dizer que foi uma experiência maravilhosa, mesmo que agitada e que me deu algumas idéias que eu jamais imaginei ter na vida: uma delas é que eu gosto e até tenho jeito para a produção e a outra é que tenho que me mudar para São Paulo, onde as coisas realmente acontecem.

A equipe no set de filmagem: Idê Magno (direção), Andressa Back (desenho de som e som direto), Thiago Costalonga (fotografia), Diego Seiti (arte e microfonia), Deborah Kristhyne (assistente de direção) e a atriz Fernanda Eva

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.

Um Comentário

  1. Olá! Você fez o curso de férias da aic?
    Acho que vou fazer a de julho.

  2. Oie!!!

    Pedrita – A experiência foi tudo. Agora eu quero mais!

    Alex – Eu estava falando com o Robson que a gente devia juntar um grupo de blogueiros cinéfilos e fazer um filme. Não ia ser legal? e a gente podia combinar de fazer em São Paulo, para ser melhor ainda.
    Assim que o vídeo for disponibilizado, eu falo com vcs.

    Vinícius – Então… Vamos juntar todo mundo… Mas eu adorei. Agora estou começando a voltar à rotina e não quero mais não. hahahaha.

    Kau – Pode deixar que assim que eu estiver com ele em mãos disponibilizo para você também. Mas não é nada assim não. Só vale por ser o primeiro mesmo…
    Eu acho que tudo de barzinho sempre tem chance de render uma boa história.

    Robson – Já estou espalhando por aí que a gente tem que se juntar para fazer um filme… Hehehe. E bem que seria legal se pudéssemos fazer em São Paulo também!

    Marcela – Eu já vi lá e achei o máximo! Quanto à paixão, ela está bem forte aqui, viu?
    Assim que o filme sair eu te aviso!

    Jeff – Eu também tenho a mesma vontade.
    A experiência valeu muito a pena. Me falaram que daqui a dois meses eu estarei com a cópia…

    Andressa – Eu também quero mais! Muito mais!!! Não vejo a hora de fazer mais um…

    Bruna – Que bom que você está toda empolgada de novo com o cinema. Boto a maior fé!!!
    E muito obrigada por toda a ajuda, viu?

    Beijocas a todos!!!

  3. Oi, Cecilia.
    Estar no set com vocês foi muito bom. Me fez lembrar que, mesmo com tanta ralação e problemas pipocando, lá ainda é um dos melhores lugares do mundo. Até acho que quero voltar para esse mundo maravilhoso. :)

    E para você e o pessoal do grupo, desejo toda sorte do mundo.

    Beijos.

  4. Fazer um filme, por pior que seja, é tudo! Que saudade das aulas, da pré, pós, produção, desprodução, de tudo!

  5. Toda vez que eu assisto a um filme bom, tenho vontade de fazer um filme bom. hehe Um dia conseguirei.
    Muito legal sua experiência, Cecília. Quero dizer, tirando os tantos problemas. hehe Mas eles fazem parte e no final valeu a pena, né?
    Quando poderemos assistir?

    []s!

  6. Cecília,

    Adorei o seu relato, é isso mesmo muita confusão, tudo que pode dar errado acaba dando errado, um desespero total. Mas no final a gente se apaixona pelo SET, pelas pessoas e pelo processo todo, rs, sei bem como é. Poxa vou super publicar o seu texto no BLOG CURTAS e quando sair o filme, me avise para eu colocar lá também!

    Beijos

    Marcela

  7. Que fantástico… gostaria mesmo um dia participar de alguma coisa relacionado ao cinema. Mas se em Brasilia você demonstrou que não acontece nada, imagine em Natal. Quem sabe quando um dia eu for pra São Paulo novamente possa ter uma experiência semelhante. Agora descobri porque seu tempo não permitia outros dias né? Pena foi não nos encontrarmos, mas outras oportunidades virão… quem sabe você num vem conhecer Natal hein?

  8. Cecília, queria assistir ao curta se possível!

    Eu tentei escrever várias vezes, mas nuca deu certo. Agora estou trabalhando, paralelo à faculdade – que não tem NADA a ver com cinema – num documentário sobre um bar. Meus primos têm um barzinho aqui o qual é super badalado e o que acontece nele, numa única noite, é material suficiente para um filme! Assim, lá vou eu fazer um documentário… rs

    Beijos e parabéns à você e à equipe!

  9. Nossa, adoraria passar por uma experiência como essa, você está de parabéns =) E seria bem interessante conferir o resultado. Abs!

  10. Cecilia, como cinéfilo eu também adoraria ter essa experiência que você acaba de passar. Adoraria um dia estar envolvido em um curta. Vamos ver se essa minha vontade um dia se concretiza. E como o Robson tinha me falado, fiquei sabendo que você veio para São Paulo. Que bom que gostou daqui! Depois tente transferir o seu trabalho para o Youtube. Adoraria assistir.

    Beijos.

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