Lutando pela Família

(Fighting with My Family, GBR/EUA/MEX, 2019)
Comédia
Direção: Stephen Merchant
Elenco: Florence Push, Thomas Whilley, Tori Ellen Ross, Nick Frost, Lena Headey, Jack Lowden, Dwayne Johnson, Olivia Bernstone, Leah Harvey, Mohammad Amiri
Roteiro: Stephen Merchant
Duração: 108 min.
Nota: 6

Lutando pela Família

Saraya “Paige” Jade-Bevis é uma jovem recém saída da adolescência que vive na pequena cidade de Norwich, Inglaterra, com a família peculiar. Peculiar porque todos são adeptos da luta livre e fazem do esporte um negócio familiar. Com treze anos subiu ao ringue pela primeira vez e com 20 já era a campeã da primeira edição do NXT, campeonato de wrestling que a catapultou pro estrelato mundial. A história de Paige, que em 2018 deixou a luta livre mas se tornou a rainha do WWE (World Wrestling Entertainment) detendo o recorde de 308 dias com o título, não chegou aos cinemas brasileiros ano passado, mas estreia esse ano no Telecine Play.

Para contar a história de como a estrela lutou para chegar ao WWE, o roteirista, diretor e humorista Stephen Merchant (Jojo Rabitt) parte do documentário The Wrestlers: Fighting with my family do Max Fisher, que foca na história dela e do irmão, Zak. Florence Pugh (Adoráveis Mulheres), de cabelos pretos e irresistível pegada punk/gótica, interpreta a lutadora e atrai todos os holofotes numa performance que é prova da sua enorme versatilidade. O irmão Zak é vivido pelo promissor Jack Lowden (Dunkirk) e os pais por Lena Hadley (Game of Thrones) e Nick Frost (Todo Mundo Quase Morto), mas quem rouba as cenas e faz um dueto bom com Florence é Vince Vaugh (Confronto no Pavilhão 99) como o treinador Hutch. The Rock (Hobbs & Shaw) ganha destaque no cartaz e, apesar de poucas participações no filme, também brilha como ele mesmo, alternando momentos de sabedoria com zoação.

Voltando à ação no filme ficcional, Merchant empresta bastante coração à história dos dois irmãos que querem chegar ao circuito profissional norte-americano (o WWE e o UFC), mas especialmente como a união deles faz a força. Paige, mais nerd e apaixonada por pérolas da cultura pop como a série das bruxinhas patricinhas Charmed – de onde empresta seu nome de ringue – precisa da obstinação de Zak para se dedicar aos treinos. E ele precisa entender que não tem o que Hutch chama de diferencial, aquele “algo a mais” que está presente na maneira que a irmã arma seus golpes e como se apresenta. Mas Zak é um ótimo treinador, professor e faz um trabalho valoroso de pegar várias crianças e adolescentes pelas ruas de Norwich para treinar na academia.

Fato é que a família de Paige não a acompanha na jornada até a Califórnia, onde ela passa por semanas de treinos e seletivas para conseguir a tão sonhada vaga no WWE – mas eles estão em cada gesto dela, na maneira de falar ou como se veste. Quando ela tenta ficar mais parecida com as outras lutadoras, com corpo de modelo e rosto de Barbie, se invisibiliza e perde a própria essência. Lutando Pela Família segue a clássica jornada do herói/heroína mas, por mais previsível que seja, o faz com graça, atores confortáveis em seus papéis, uma trilha saudosista e cenas de ação empolgantes no ringue. E Florence Pugh.

Um Grande Momento:
“Meu deus é o The Rock!”

Links

IMDb

Assistir no Telecine

Lutando pela família: crítica do filme

Sair da versão mobile