Dirigir dois atores como Paulo José e Juliana Carneiro da Cunha deve ser uma experiência maravilhosa, além de ser uma tarefa bem menos trabalhosa. Não desmerecendo o trabalho do diretor Pedro Freire que criou uma bela história de amor entre duas pessoas maduras.
Se em um primeiro momento é fácil lembrar-se do curta Depois de Tudo de Rafael Saar, o roteiro faz com que os dois filmes se afastem.
A história é contada através de sutilezas e se favorece com a fotografia precisa de Andrea Capella. A trilha de Pedro Sá também é envolvente.
Ainda assim, alguma coisa parece estar fora de lugar. O tempo de cena talvez.
Duração: 18 min. Direção: Pedro Freire Roteiro: Pedro Freire
Com: Paulo José e Juliana Carneiro Cunha
Uma coisa boa em mostras de curta-metragem é que sempre percebemos que existem vários talentos prontos a serem descobertos e lapidados por lá. Esse é o caso da dupla Paula Szutan e Renata Terra.
Teresa é uma boa história. Interessante e delicada, tem todos os elementos para conquistar o espectador. Mas acaba tropeçando na inexperiência e parece nem sempre acreditar naquilo que está passando, como se sempre precisasse dar mais uma pista a quem assiste o filme, explicando demais o que não precisa ser explicado.
As experimentações visuais de Carlos Zalasik são boas, mas muitas, e a trilha sonora de Tchê Araújo e El Marinho é quase sufocante por estar sempre presente.
Duração: 18 min. Direção: Paula Szutan e Renata Terra Roteiro: Paula Szutan e Renata Terra
Com: Sabrina Greve e Mari Nogueira
É muito bom assistir a filmes que usam e abusam da criatividade para filmar um bom roteiro. A Invasão do Alegrete é um ótimo exemplo de como fazer um curta cativante, bem-humorado e, ao mesmo tempo, redondinho.
Com um ótimo elenco, o diretor Diego Müller usa e abusa da arte de Eduardo Antunes para contar uma das rixas mais conhecidas do Rio Grande do Sul: a dos habitantes vizinhos de Uruguaiana e Alegrete.
A cenografia, mesclada a projeções, lembra um pouco a do curta Aos Hespanhois Conphinantes, de Antonio Clemente Sganzerla, mas a cor faz toda a diferença. Cenas como a do circo são marcantes, sem perder a simplicidade.
Daqueles que divertem até os mais emburrados.
Duração: 18 min. Direção: Diego Müller Roteiro: Davi Pires e Diego Müller
Com: Miguel Ramos, João França, Marcos Barreto, Nelson Diniz, Sirmar Antunes, Artur Pinto, Danny Gris, Marcos Suhre e Felipe de Paula
A versão brasileira da fábula João e o Pé de Feijão é a única animação na seleção competitiva de curta-metragens em Gramado.
Toda feita em duas dimensões, a animação consegue ser diferente da maioria dos desenhos animados. Os elementos nordestinos da história aproximam o público da trama e o uso da música de Leonardo Mendes é fundamental para o sucesso.
Diversão de qualidade, para todas as idades.
Duração: 12 min. Direção: Diogo Viegas Roteiro: Diogo Viegas
Ainda não tenho o costume de conferir curtas, mas assim que puder ver algum desses, não pensarei duas vezes…