Crítica | Streaming e VoD

Os Mercenários 2

(The Expendables 2, EUA, 2012)

Ação
Direção: Simon West
Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, Chuck Norris, Jean-Claude Van Damme, Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger, Terry Crews, Randy Couture, Liam Hemsworth, Scott Adkins, Nan Yu
Roteiro: Ken Kaufman, David Agosto (estória), Richard Wenk, Sylvester Stallone
Duração: 103 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

É claro que quem espera ver qualidade dramática e roteiro apurado passa longe de um filme estrelado por Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Chuck Norris, mas se a vontade é de voltar a um gênero de filmes que fez sucesso nos anos 80 e continua fazendo escola até hoje, Os Mercenários 2 será sempre uma boa escolha. Só por conseguir reunir os maiores nomes do gênero, o ingresso já vale a pena.

Desta vez, o grupo comandado por aquele que encarnou John Rambo no passado está de volta com as ameaças nucleares iniciadas durante a Guerra Fria, ainda que os vilões não sejam mais os russos e sim um mercenário francês vivido por Jean Claude Van Damme. Recrutados por Church, em troca de uma dívida antiga, eles seguem para os destroços de um avião em um lugar isolado com a missão de abrir um cofre e trazer o seu conteúdo em segurança para casa. O que não acontece.

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Mas o filme começa com uma outra missão e, logo nos primeiros momentos, o público já sabe muito bem o que esperar: muitas bombas, tiros, manobras de ataque e corpos ensanguentados pelo caminho. Seguindo a cartilha do bom e velho roteiro testosterona, nesta introdução, uma minoria não necessariamente melhor armada derrota a maioria esmagadora e, entre uma bala e outra, aqueles personagens que conhecemos no primeiro filme da franquia vão se apresentando e, também, relembrando suas especialidades.

Ross (Stallone) é o líder do grupo e varia entre o vício na adrenalina e o cansaço de muitos anos como mercenário; Christmas (Jason Statham), seu melhor amigo, não consegue controlar sua vaidade; Gunner (Dolph Lundgren) é um bobão que tem dificuldades de relacionamento; Yang (Jet Li) é o especialista em artes marciais; Caesar (Terry Crews) é um fortão que adora armamento pesado e Road (Randy Couture) já é mais afeito ao combate corporal. Junto com eles está o novato Bill The Kid (Liam Hemsworth), um sniper que, apesar de sua excelente mira, destoa do grupo pela pouca idade.

Fora do grupo estão Trench (Schwarzenegger), que tem uma dívida de vida com Ross; Church (Bruce Willis), o homem que não coloca a mão na massa; Maggie (Nan Yu), especialista em quebrar códigos de segurança que acaba entrando no grupo por imposição externa, e o “Lobo Solitário” Brooker (Chuck Norris). No lado dos bad boys estão Villain (Van Damme), o malvadão sem coração, e seu fiel escudeiro, Hector (Scott Adkins).

Ainda que o roteiro não seja nenhuma maravilha e se apoie fortemente na ação, o clima de nostalgia é estimulado a cada minuto e sabiamente se aproveita de muitas referências, trazendo à mente dos espectadores clássicos do gênero como Rambo, Comando para Matar, Os Bons se Vestem de Negro, Duro de Matar, O Exterminador do Futuro, O Grande Anjo Negro e McQuaid, o Lobo Solitário, entre outros. Alguns detalhes também lembram figuras que não estão necessariamente na tela, como a coreografia da luta na cozinha, que tem um quê de Jackie Chan; a música de Três Homens em Conflito, e tem até a fala-assinatura de Travis Bickle.

Mas nem todo o saudosismo consegue superar aqueles conhecidos momentos de enrolação de Stallone, que sempre dá um jeito de tentar transmitir emoção, quase sempre sem muito sucesso, e não perde uma oportunidade de deixar alguma tentativa de filosofia. É, mas considerando-se a proposta, todo mundo sabe que um filme com ele teria um momento assim, mas nada que uma sucessão de explosões não recupere rapidamente.

Ainda na mesma linha, a construção do vilão também pega pesado e nem mesmo o Pica-Pau consegue ser tão malvado quanto a dupla Villain, óbvio até no nome, e Hector. Mas quem se importa.

Para quem está na sala, principalmente os fãs do gênero, a diversão é garantida. Nada como ver aparecendo por trás de um painel de vidros estilhaçado John Rambo, The Terminator e John McClane lado a lado. Ou a chegada inesperado de James Braddock no meio do caos. Só faltou mesmo um velho de terno com uma Magnum 44 aparecer para fazer o dia do público. Quem sabe no próximo.

Um Grande Momento

“Ele é meio gigante…”

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=i2vEAaEyHco[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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