(O Amor Segundo B. Schianberg, BRA, 2009)
Depois de uma experiência para a televisão, Beto Brant apresenta ao público a versão final cinematográfica de sua última experiência audiovisual, uma mistura de reality show, cinema e video-arte.
Um casal formado por um ator e uma video-artista é observado, durante um tempo, por oito câmeras de vigilância. O dia-a-dia e sua relação são analisados segundo as teorias do filósofo do amor Benjamin Schianberg, personagem fictício criada pelo roteirista Marçal Aquino, antigo parceiro de Brant, em seu livro “Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios”.
Com uma estética diferente de tudo que costumamos ver nas telonas, o filme é muito mais interessante pela história por traz de sua criação do que pelo resultado em si. Só o fato de relembrar Schianberg e suas teorias sobre o amor já ganha muitos pontos e pode determinar a ligação das pessoas com aquilo que vêem na tela, ainda que a imagem de qualidade pobre e o som assustem em um primeiro momento.
Passado o estranhamento, o resultado estético se mostra interessante, mas o longa perde a força pela própria concretização da relação do casal. Além da beleza estonteante de Marina Previato e do esforço de Gustavo Machado, os personagens não conseguem despertar a atenção e nem criar uma ligação com o público nos 80 minutos de projeção. A dinâmica da relação também não é tão atrativa quanto deveria e acaba marcada pela chatice do protagonista masculino.
Ainda assim, vale como experiência por misturar tantas imagens e idéias de imagens diferentes e ousar em sua estrutura e montagem.
Daqueles filmes que uns amam e outros odeiam. Ter lido o livro de Aquino pode ajudar esse processo, para os dois sentidos.
Ainda não vi um filme sequer do Beto Brant, mas nem sabia que ele estava envolvido com algo depois de lançar "Cão Sem Dono". Futuramente, quando eu pegar os títulos de sua filmografia completa, procurarei por este, me interessei por esta referência aos reality show.