- Gênero: Comédia
- Direção: Charles Shyer
- Roteiro: Rebecca Connor, David Golden, Charles Shyer
- Elenco: Justin Hartley, Barrett Doss, Bonnie Bedelia, James Remar, Essence Atkins
- Duração: 99 minutos
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É época de filmes de Natal. Por onde quer que se olhe, lá estão eles com todos os seus clichês e previsibilidade. Produzidos em larga escala, com intenção de ser um passatempo despretensioso para toda família, quase nunca há riscos ou ousadias. No Cenas, chamamos essas produções de “filmes verde-vermelhos” e, embora elas tenham um retorno financeiro sazonal, ele é garantido. A segurança está tanto em quem produz quanto em quem aperta o play. Seja no catálogo vastíssimo do Hallmark Channel, no alternativo Primetime ou no empenhado novo braço da Netflix, sempre há um novo filme com trama fácil e sorriso bobo. E o verde-vermelho dessa última semana da gigante do streaming é O Diário de Noel.
Não, Noel não é o velhinho que distribui presentes no fim do ano e nem algum parente que vai ter que assumir o lugar dele. Noel Hayden era a babá da família Turner e, mesmo ausente, vai ser a responsável pelo encontro do agora adulto Jacob, escritor best seller famoso, traduzido em mais de 35 idomas, e Rachel, uma tradutora que está prestes a mudar de vida. Os dois têm lacunas no passado, questões familiares que influenciam suas vidas e personalidades e, por isso, precisam ser solucionadas. Tudo dentro do esperado para o estilo de filmes.
A dupla é vivida por dois rostos bem conhecidos das telinhas: Justin Hartley, o Kevin de This is Us e Arqueiro Verde de Smallville, e Barrett Doss, a Vic de Station 19 e Grey’s Anatomy; e o elenco ainda conta com a presença de Bonnie Bedelia, nome marcante dos anos 1980 e que chamou a atenção como Holly McClane em Duro de Matar. Todos funcionam muito bem em cena, em especial o casal, mesmo com os exageros e afetações. Nas obviedades do roteiro de Rebecca Connor, David Golden e Charles Shyer, inspirado no livro do natalino Richard Paul Evans, seria difícil evitá-los de qualquer maneira.
Mas tem uma jornada que acaba deslocando O Diário de Noel dos outros filmes verde-vermelhos. Há, sim, um assumir discreto da comédia romântica, mas o drama é imperativo na trajetória e Jacob e Rachel. Em sua união, os dois seguem seu caminho juntos descobrindo-se e, ao contrário do costumeiro, num esquema meio road movie, existe uma perspectiva diferente para a construção da narrativa.
Nos lugares em que o longa chega há algo de inusitado e encontram-se possibilidades que retardam um pouco as soluções de sempre, mas O Diário de Noel jamais deixará de negar a sua origem e a sua temática, inclusive com as alusões alguns símbolos de sempre, sejam eles o visgo ou aquela projeção especial de A Felicidade Não Se Compra. E vai ter, como era de se esperar, ingenuidade e espaço para aquele sorriso bobo.
Um grande momento
O coelho