- Gênero: Drama
- Direção: John Madden
- Roteiro: Michelle Ashford, Ben Macintyre
- Elenco: Colin Firth, Matthew Macfadyen, Charlotte Hamblin, Rufus Wright, Ruby Bentall, Johnny Flynn, Lorne MacFadyen, Penelope Wilton, Mark Gatiss
- Duração: 130 minutos
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Como narra Ian Fleming em O Soldado Que Não Existiu, há muitas histórias que ficam escondidas entre aquelas que são reveladas em uma guerra. Sim, no novo filme da Netflix, o famoso escritor de livros de espionagem, o homem que criou ninguém mais ninguém menos do que James Bond, não é apenas um personagem, mas quem nos conta sobre a mirabolante missão britânica que permaneceu secreta por mais de 50 anos e conseguiu tomar a Sicília das tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial.
Conhecida como Operação Mincemeat, nome original do filme, a manobra consistia em enganar o exercíto de Hitler com um cadáver que simularia um soldado que levava informações falsas sobre um suposto ataque de tropas aliadas na Grécia. Evidentemente, o roteiro de Michelle Ashford e Ben Macintyre vai além da trama de espionagem e floreia a história com suspeitas e disputas pessoais entre espiões, além de paixões proibidas e não correspondidas.
Quem assina o longa é John Madden, diretor de Shakespeare Apaixonado, O Exótico Hotel Marigold e A Grande Mentira; e o elenco conta com nomes como Colin Firth (Direito de Amar) e Matthew Macfadyen (Succession). Ou seja, o público tem atrativos para apertar o play e assistir ao filme, embora eles não durem tanto tempo assim. Nem a presença de Fleming, a boa história ou os rostos conhecidos são capazes de ocultar os exageros do diretor e a falta de envolvimento do filme.
O Soldado Que Não Existiu é cuidadoso com a ambientação e a estética. A trilha sonora de Randy Newman (1917) é pomposa, os figurinos de Andrea Flesch (Midsommar) e o desenho de produção de John Paul Kelly (A Teoria de Tudo) funcionam bastante e até mesmo a fotografia de Sebastian Blenkov (Armas na Mesa) tem alguns momentos, mas se perde nos travellings e em muitos movimentos desnecessários. Tudo para ficar bonito e grandioso, sendo que a história já seria suficiente para fazer isso.
Ainda bem que ela está ali, aliás. É o que vale o play enganado que toda a embalagem nos faz dar. Mesmo que escondido sob toda a pompa e circunstância, está ali o apego ao formatinho e ao padrão, e aquilo que é menos conhecido em momentos tantas vezes filmados, como a Segunda Guerra, é interessante de ser visto. Filmes que retratam episódios assim, como este e o neerlandês A Batalha Esquecida, lançado há pouco tempo também pela Netflix, despertam a curiosidade.
Um grande momento
Esperando.