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Apenas uma Noite

(Last Night, EUA/FRA, 2010)

Drama
Direção: Massy Tadjedin
Elenco: Keira Knightley, Sam Worthington, Eva Mendes, Guillaume Canet, Anson Mount, Griffin Dunne, Scott Adsit, Stephanie Romanov, Daniel Eric Gold, Justine Cotsonas
Roteiro: Massy Tadjedin
Duração: 90 min.
Nota: 3 ★★★☆☆☆☆☆☆☆

Há filmes que trazem grandes lições, há filmes que fazem esquecer da vida, há filmes que mudam o jeito de ver as coisas, há filmes que fazem chorar, há filmes que fazem rir e há filmes que não fazem nada.

Apenas uma Noite, infelizmente, é um desses filmes que deixam o espectador, no máximo, com uma sensação de desconforto. Não pela história que acabou de assistir, mas pelo tempo perdido.

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Não que o filme seja completamente sem emoções. Em seus primeiros momentos ele desperta a curiosidade e consegue mesclar e alternar os sentimentos de confiança/desconfiança e simpatia/antipatia pelos protagonistas, mas se perde em seu próprio jogo e acaba sem nenhuma força para manter a trama até o final.

Michael e Joanna são casados e moram em Nova York. Ele é um designer de interiores em um bom momento profissional e ela, um escritora em meio a uma crise criativa. Ele viaja a trabalho com uma colega por quem sente atração e ela encontra um antigo namorado na cidade.

A ação dessa tentativa de um “Antes do Amanhecer: Versão Pessoas Casadas” acontece praticamente por um dia, assim como no filme que ele tenta imitar sem absolutamente nenhum sucesso.

Em sua primeira experiência na direção, Massy Tadjedin, que também assina o roteiro, erra feio a mão na escolha de situações e ações demoradas e vazias e se perde em diálogos longos e inexpressivos para expectadores que não criam  vínculos com os personagens.

A disparidade com que as duas histórias são tratadas também incomoda. Parece que quem conta tudo aquilo só conhece uma parte do que está sendo dito, mas insiste em contar o todo. E, como é bem sabido, nada é pior para um narrador do que a desconfiança de seus espectadores.

De um lado acontece um encontro cheio de explicações, momentos, olhares, divagações e ações que até poderiam ser dadas como possíveis. De outro, entre tantas bobagens, situações como a da mala no trem e diálogos como o da piscina beiram o ridículo e, em conjunto com todo o resto, não podem ser consideradas.

Talvez seja alguma tentativa de demonstrar que a afinidade faria a diferença na relação, já que os acompanhantes dos dois casados têm a mesma profissão que eles. Talvez seja para mostrar que coisas assim acontecem. Talvez seja pra mostrar que homens que casam com mulheres magras têm casos com mulheres gostosonas ou que mulheres magras que casam com homens que trabalham com decoração têm caso com homens que falam francês.

No final das contas, não importa. Como não funciona, a mensagem deixa de ser importante e pode ser desconsiderada. Aqueles 90 minutos de filme vão ser esquecidos em menos de 20. Mas isso só se alguém falar sobre ele depois da sessão.

Um Grande Momento

Nada que mereça destaque, mas talvez a cena da Eva Mendes saindo da piscina faça algum sucesso por aí.

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=qFaTD9kljsU[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
2 Comentários
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Luiza
Luiza
14/01/2015 04:14

Sua crítica foi a mais superficial que já li! O filme é maravilhoso e a crítica mundial confirma isso.

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