Crítica | Festival

Todas as Melodias

Melodia do Brasil

(Todas as Melodias, BRA, 2020)
Nota  
  • Gênero: Documentário
  • Direção: Marco Abujamra
  • Roteiro: Marco Abujamra
  • Duração: 85 minutos

O esforço para se alcançar o íntimo de um artista em qualquer trabalho documental é um imenso desafio. Agora, quando se fala de Luiz Melodia, a complexidade é dobrada, ainda mais pela profundidade que a sua poesia evoca. Através de outros grandes artistas como Jane Reis, Arnaldo Antunes, Céu, Liniker, Zezé Motta, e de arquivos e performances, Todas as Melodias contorna a vida e obra de Luiz em um filme de grande sensibilidade.

Alguns artistas possuem uma linguagem mais subjetiva, a qual muitas vezes é mais forte sentir do que entender. É algo que acontece mas não é tão comum, e, quando acontece, não existe dúvida, como na arte de Melodia, que encanta a todos, e isso está nas antigas gravações que o documentário intercala com momentos do cotidiano da história do cantor. Todos os arquivos utilizados remontam a história em um tom bem pessoal, mostrando conversas, pessoas e espaços que enriquecem a percepção sobre as músicas.

A participação dos artistas contribui em peso para essa construção, não só pelos relatos de intimidade com Luiz, mas também pelas performances das composições que, apesar de nem sempre bem encaixadas ou gravadas com perfeição, fazem ecoar o sentimento que é ouvir Melodia. Todas as Melodias mantém esse tom que se atrela ao artista, evocando brasilidade, negritude e amor, o que levanta as pautas sempre necessariamente presentes como do racismo e de questões de gênero.

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Por tentar contar um pouco mais de perto sua história, Todas as Melodias é um bom trabalho de captura do que um artista pode representar através de pessoas e espaços que sua música atinge. Fica evidente o poder e a importância que a obra de Luiz Melodia tem na cultura brasileira, assim como a força e localidade da sua arte que fala do espaço em que se vive, da rua.

Um grande momento
Liniker

[24ª Mostra de Cinema de Tiradentes]

Rodrigo Strieder

Quase publicitário, nerd, viciado em ficção científica, jogos e cinema, foi o primeiro participante do projeto Crítico Mirim do Cenas de Cinema. Depois de participar como jurado de festivais, arriscou suas primeiras linhas e segue até hoje escrevendo.
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