Crítica | FestivalFestival do Rio

Broken Glass Park

(Scherbenpark, ALE, 2013)

Drama
Direção: Bettina Blümner
Elenco: Jasna Fritzi Bauer, Ulrich Noethen, Max Hegewald, Vladimir Burlakov, Yanina Lisovskaya, Cedric Koch, Lara Melina Siebertz, Maria-Victoria Dragus, Konstantin Frolov, Yung Ngo, Michael Keseroglu
Roteiro: Alina Bronsky (romance), Katharina Kress
Duração: 94 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

No cinema, histórias sobre adolescentes que já não são mais crianças, mas que também não podem ser considerados adultos não faltam. São aqueles jovens que estão na fase em que acreditam já ter idade suficiente para tomar suas próprias decisões, porém ainda falta maturidade para bancar as escolhas.

Broken Glass Park conta a história de Sascha, uma garota de 17 anos que, além de estar passando por este momento da vida, perdeu a mãe assassinada pelo padrasto. Ela sonha em encontrar uma maneira de matá-lo. Enquanto não põe em prática seu objetivo, mesmo que uma tia assuma a responsabilidade de cuidar de Sacha e seus irmãos mais novos, a menina se comporta como a chefe da família.

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Indignada com uma matéria publicada por um jornal que entrevistou o seu padrasto e deu tons dramáticos às declarações dele, Sascha decide tirar satisfações com os responsáveis. Acaba ganhando de Volker Trebur, editor do jornal, a promessa de que ele ficaria devendo um favor a ela. Quando Sascha se desentende com a tia, ela procura Volker para cobrar a dívida e passa a morar na casa que o editor divide com o filho Felix.

A história de Broken Glass Park mostra os dilemas de Sascha usando como pano de fundo dois ambientes distintos. Um deles é a casa confortável de Volker, onde o editor leva uma vida bem estruturada ao lado do filho. O outro é o local em que Sascha está habituada a viver, um bairro humilde onde os jovens passam o tempo nas ruas. O interessante no filme é perceber como estes ambientes influenciam diretamente a garota.

Convivendo com família Trebur, ela tem contato com as descobertas naturais da adolescência, como o início da vida sexual. Ela também recebe algo que parece não estar acostumada a ter: afeto e proteção. Mas a dura realidade de ter crescido em um local com jovens sem perspectivas, no qual a violência faz parte da rotina, e o peso do trauma familiar transformam a garota em uma pessoa atormentada e amargurada.

O filme consegue ilustrar bem estas nuances da personagem. Há cenas que mostram atitudes maduras da protagonista, em contrapartida, há outras em que ela age de forma infantil. Estas oscilações, comuns aos jovens da mesma faixa etária, aparecem no filme de forma natural, sem excessos, e muitas vezes fazendo uso do bom humor.

O que falta à trama são momentos tocantes. Broken Glass Park é um filme despretensioso e segue sem muitos tropeços, mas não emociona. Nem a boa atuação da atriz Jasna Fritzi Bauer é suficiente para que surja uma empatia com o drama da personagem.

Um Grande Momento:
A primeira vez.

Broken-glass-park_poster

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=09wrl72wzD8[/youtube]

Mila Ramos

“Soteropaulistana”, publicitária, amante das artes, tecnologia e sorvete de chocolate. O amor pela Sétima Arte nasceu ainda criança, quando o seu pai a convidava para assistir ao Corujão nas noites insones. Apaixona-se todos os dias e acredita que o cinema é capaz de nos transportar a lugares nunca antes visitados. Escreve também no Cartões de viagens imaginárias.
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