Crítica | Festival

Yesterday

(Yesterday, CAN, 2009)

Os zumbis sempre foram figuras que costumam habitar o imaginário popular e, como era de se esperar, também são frequentes nas telonas. George Romero e seu clássico, A Noite dos Mortos-Vivos, o melhor filme destas criaturas de todos os tempos, são responsáveis por essa paixão. Além de manter e respeitar as criações mais antigas, como os filmes White Zombie e J’accuse, ambos dos anos 30, Romero criou determinadas características para a lenda que nunca mais se perderam.

A legião de apaixonados por filmes do gênero cresce a cada dia. Não é raro aspirantes a diretores, roteiristas e estudantes de cinema falarem que sonham em realizar um filme sobre zumbis. Rob Grant era uma dessas pessoas e, assim que pôde, realizou o seu projeto.

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Seis estranhos são obrigados a fugir juntos quando toda a população da cidade onde moravam se transforma em zumbi. Acampando na floresta, porém, eles percebem que a convivência entre eles pode ser muito mais perigosa.

Logo nos primeiros minutos de filme já vemos que o custo da produção foi baixíssimo custo e que alguns dos envolvidos no projeto não têm muita experiência com o cinema. O elenco é irregular, mas alguns atores conseguem se destacar.

O diretor também roteiriza o filme, o que não é ruim, mas pode poluir a trama com mais situações do que devia. Algumas cenas são longas demais e muitas situações ou não são necessárias, ou não ficam esclarecidas (o sinal do celular, por exemplo), mas muitos diálogos e situações são bem originais e divertidas.

Outros problemas com a iluminação e o uso das lentes também podem ser percebidos. A montagem também é irregular e abusa dos flashbacks. Os efeitos especiais são, vamos dizer assim, criativos.

Mas, por incrível que pareça, não é um filme que desagrada. Pelo contrário, consegue estabelecer um vínculo com os espectadores brincando com seu próprio amadorismo e com suas boas sacadas. Algumas piadas são muito boas e lembram de Cães de Aluguel a YMCA, do Village People. As referências a outros filmes de terror também são muito boas.

Mesmo com algumas inegáveis qualidades, o filme fica na cabeça pelos excessos e problemas. Talvez pela frustração causada por um final piegas e sem cabimento, talvez pela falta de experiência.

Bom para conhecer e dar risadas.

Um Grande Momento

No elevador.

Próximas sessões: 30/06 – 19h (sala 3); 01/07 – 19h30 (sala 4)

 

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Terror/Comédia
Direção: Rob Grant
Elenco: Graham Wardle, P. Lynn Johnson, Bill Murdoch, Mike Kovac, Mike Fenske, John Fitzgerald, Naomi Inglis, Jesse Wheeler, Scott Wallis, Justin Sproule
Roteiro: Rob Grant
Duração: 95 min.
Minha nota: 4/10

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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