(Minha Bateria Está Fraca e Está Ficando Tarde, BRA, 2020)
- Gênero: Documentário
- Direção: Rubiane Maia, Tom Nobrega
- Roteiro: Rubiane Maia, Tom Nobrega
- Duração: 27 minutos
A sensação insistente de desalento é comum. A de estar fora do corpo também (fora Bolsonaro), corpo este exausto após meses e meses de incertezas provocadas pelo já velho conhecido corona virus.
Eis que “Minha Bateria Está Fraca e Está Ficando Tarde” surge. Um dialogo entre dois realizadores, Rubiane Maia e Tom Nobrega, distantes geograficamente, mas unidos nas virtualidades resolvem fazer esse curta-metragem selecionado para a Mostra Tiradentes.
Uma video-colagem, parte do hibridismo dos suportes para uma reflexão endógena sobre a vida na pandemia na era bolsonarista. E taca-lhe trechos de entrevistas no YouTube de Ailton Krenak, Grada Kidomba, Emicida e até mesmo o famosíssimo discurso We Wear a Mask, da escritora e ativista feminista Maya Angelou. Tudo para dizer que:
“Eu vejo o Brasil hoje como uma tábua jogada num mar brabo, sem rumo”.
A frase-resposta de Krenak refunda a estrutura narrativa desse video que trata das situações e vivências surreais no Brasil atuam e que reverberam no mundo além de inquirir sobre o fluxo informacional, fake news e toda a sorte de conteúdo que se tem acessado na internet ao longo da quarentena.
Se enxergando em suas cameras de video dos notebooks, espelhamentos de suas próprias psiques e fantasmas da máquina, Rubiane e Tom vão sucedendo as mortes provocadas pelo covid-19, o clima de desesperança, a letargia, a incerteza, tornando essa obra ou experiência audiovisual num diário muito aproximado, um apanhado de tudo que é isso que estamos vivendo. Os ruídos, vidros estilhaçados, poréns e abismos profundos de ansiedade e tristeza provocados pela incerteza.
Um grande momento
A videochamada.